Mário Lago


Mário Lago
Ator e compositor brasileiro
Biografia de Mário Lago:


Mário Lago (1911-2002) foi compositor, ator, poeta, radialista e advogado brasileiro. Entre suas músicas mais famosas estão "Ai que Saudades da Amélia" e "Atire a Primeira Pedra", feitas em parceria com Ataúlfo Alves. A marcha carnavalesca "Aurora" que ficou famosa na voz de Carmem Miranda foi feita em parceria com Roberto Roberti e "Nada Além" feita em parceria com Custódio Mesquita famosa na voz de Orlando Silva. Atuou em várias novelas, entre elas, "O Casarão", "Pecado Capital" e "Brilhante". Participou de peças de teatro e filmes como "Terra em Transe" de Glauber Rocha. Militante político foi preso várias vezes.

Mário Lago (1911-2002) nasceu no Rio de Janeiro no dia 26 de novembro. Filho único do maestro Antônio Lago e de Francisca Maria Vicência Croccia Lago. Desde cedo dedicou-se às letras, publicou seu primeiro poema aos 15 anos. Formou-se em Direito em 1933, exercendo a profissão por poucos meses. Foi casado com Zeli com quem teve sete filhos.

Militante político do antigo Partido Comunista Brasileiro, foi amigo de Oscar Niemeyer e de Luís Carlos Prestes, a quem homenageou com o nome de um filho. Sua estreia como letrista de música popular foi com "Menina, Eu Sei de uma Coisa", parceria com Custódio Mesquita, gravada em 1935 por Mário Reis. Três anos depois, Orlando Silva realizou a famosa gravação do fox "Nada Além", da mesma dupla de autores. Entre suas músicas mais célebres estão "Ai que Saudades da Amélia" e "Atire a Primeira Pedra", ambas interpretadas por Ataúlfo Alves, "É Tão Gostoso, Seu Moço", com Chocolate, que ficou conhecida na voz de Nora Ney, "Número Um" com Benedito Lacerda, o samba "Fracasso" e a marcha carnavalesca "Aurora", em parceria com Roberto Roberti, famosa na interpretação de Carmem Miranda, "Amélia", com seus versos "Amélia não tinha a menor vaidade/ Amélia é que era mulher de verdade", ficou tão popular que o termo se tornou sinônimo de mulher submissa, dedicada aos trabalhos domésticos e que não reclama.

Mário Lago ficou conhecido do grande público graças a seu trabalho como ator. Desde a época das novelas de rádio até a televisão, onde participou de novelas como "Casarão", "Pecado Capital" e "Brilhante", entre muitas outras. Também atuou em peças de teatro e filmes, como "Terra em Transe", de Glauber Rocha. É autor dos livros "Na Rolança do Tempo" (1976), "Bagaço de Beira-Estrada" (1977) e "Meia Porção de Sarapatel" (1986). Foi biografado por Mônica Velloso em 1998 no livro "Mário Lago: boêmia e política".

Desde o começo de 2002, Mário Lago lutava contra graves problemas de saúde, principalmente um enfisema crônico que sacrificava muito sua respiração e que já tinha sido responsável por sua internação em estado grave em janeiro, vítima de uma pneumonia bacteriana.

Era um artista completo, que atuava em diversos setores, no teatro, no cinema, na literatura, na música e na televisão. Fez diversas novelas de sucesso, como "Dancing Days" e "Pecado Capital", entre outras. Mais recentemente, para trabalhar em "O Clone", tinha de aspirar oxigênio no intervalo das gravações.

A importância do jovem Mário, intelectual e politizado, no ambiente do incipiente teatro brasileiro de revista pode ser medida pelo episódio em que o parceiro, na marcha Aurora, entre outras, Roberto Martins o procurou, à saída do teatro, para lhe pedir um favor. Mário já estava acostumado a ser procurado pelo amigo quando Martins tinha algum pedaço de música à espera de uma tirada poética ou complemento melódico. Desta vez, porém, a conversa era outra. "Não trago música nenhuma Mario, é que tem um cantor aí precisando trabalhar e eu queria pedir para você ajudá-lo, que ele é muito bom...", argumentou Martins. Assim começava a carreira de Carlos Galhardo, um dos mais populares cantores da era do rádio, pelas mãos de Mário, que já fazia sucesso com "Nada Além", gravado por Orlando Silva, e deu a Galhardo a oportunidade de gravar "Será?" e "Devolve". ´

Sobre o tempo, Mário dizia: "Discordo quando as pessoas falam "no meu tempo...". Meu tempo é hoje. Fiz um acordo com o tempo: nem ele me persegue e nem eu fujo dele. Um dia a gente se encontra".
Mário Lago morreu no dia 30 de maio de 2002, no Rio de Janeiro.

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