Alfred Lothar Wegener (deriva dos continentes)

Alfred Lothar Wegener

 (1880 - 1930)

  Meteorologista germânico nascido em Berlim, Alemanha, criador da teoria da deriva continental, ou hipótese de Wegener (1912), segundo a qual os continentes teriam se deslocado para oeste, de fundamental importância para o desenvolvimento da geofísica moderna. Filho de um diretor de orfanato, formou-se em astronomia pela Universidade de Berlim (1905) e, a seguir, participou da primeira de quatro expedições que fez à Groenlândia (1905-1908), onde desenvolveu as pesquisas que originaram a sua teoria da deriva continental (1912) e descritas em Die Entstehung der Kontinente und Ozeane(1915). Inspirado nos dois lados do Atlântico, os contornos da África e da América do Sul, e baseado em observações geológicas, biológicas e paleontológicas, entre elas a medição do afastamento progressivo de alguns continentes e a presença de plantas e animais fósseis semelhantes em regiões distantes entre si, defendeu a Pangaea, teoria de que os continentes já foram unidos, formando um supercontinente até, aproximadamente, 200 milhões da anos atrás, em The Origin of Continents and Oceans (1915, trad. p/inglês: 1924). Com Die Klimate der geologischen Vorzeit (1924), onde detalhou mais consistentemente a Pangaea, foi nomeado como professor de geofísica da Universidade de Graz (1924-1930). Suas teorias foram contestadas pela falta de uma explicação satisfatória das forças impulsionadoras da deriva continental, porém a partir de três décadas depois (1960), foram integradas à teoria tectônica de placas. Morreu durante uma nova expedição à Groenlândia, na estação de Eismitte, aos 50 anos e no mesmo mês do seu aniversário.



Deriva dos continentes

No outono de 1911, em Marburg, Wegener pesquisava na biblioteca da universidade quando se deparou com um artigo científico que registrava fósseis de animais e plantas idênticos encontrados em lados opostos do Atlântico. Intrigado com esse fato, Wegener iniciou uma pesquisa, com sucesso, de outros casos de organismos semelhantes separados por oceanos. A comunidade científica ortodoxa da época tentou explicar esses casos afirmando que pontes terrestres, hoje submersas, em outros tempos ligaram os continentes. Wegener notou também que as costas da África e da América do Sul se encaixavam. Poderiam então as semelhanças entre organismos dever-se não à existência de pontes terrestres, mas ao fato de os continentes em tempos remotos terem estado ligados? Uma teoria dessas, para ser aceita, necessitaria de uma grande quantidade de provas que a suportassem. Wegener descobriu então que grandes estruturas geológicas em diferentes continentes pareciam ter ligação. Por exemplo, os Apalaches na América do Norte ligavam-se às terras altasescocesas e os estratos rochosos existentes na África do Sul eram idênticos àqueles encontrados em Santa Catarina no Brasil (Argumento Morfológico). Ao encontrar vestígios de glaciares em continentes com clima tropical, Wegener admitiu que no passado esses continentes ocupariam outra posição possivelmente mais próxima da Antárctida (Argumento Paleoclimático). O meteorologista constatou também que fósseis muitas vezes encontrados em certos locais indicavam um clima muito diferente do clima dos dias de hoje. Por exemplo, fósseis de plantas tropicais encontravam-se na ilha de Spitsbergen no Ártico (Argumento Paleontológico). Descobriu também que rochas com a mesma idade e do mesmo tipo ter-se-iam formado ao mesmo tempo numa altura em que os continentes tinham estado juntos (Argumento Geológico). Todos essas evidências davam suporte à teoria de Alfred Wegener da deriva continental. Em 1915 a primeira edição de A Origem dos Continentes e Oceanos, na qual Wegener explicava a sua teoria, foi publicada, sendo sucedida por outras edições em 1920, 1922 e 1929. Wegener afirmava que há cerca de 300 milhões de anos os continentes formavam uma única massa, Pangeia (do grego "toda a Terra"). A Pangeia fragmentou-se e os seus fragmentos andaram "à deriva" desde então. Wegener não foi o primeiro a sugerir que os continentes estiveram ligados em outros tempos, mas foi o primeiro a apresentar provas extensas de vários campos de estudo.

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