Tycho [ou Tyge] Brahe

Tycho [ou Tyge] Brahe
(Advogado e astrônomo dinamarquês )
1546 - 1601

Advogado e astrônomo dinamarquês nascido em Knudstrup, cuja contribuição abriu caminho para a astronomia moderna. Descendente de família nobre, foi criado por um tio paterno, Jörgen Brahe e sua esposa, que não tinham filhos. Com treze anos entrou para a Universidade Luterana de Copenhagen para estudar direito e, depois, para Leipzig onde completou sua formação humanística (1562-1565) e, ao mesmo tempo, passando a se interessar por ciências, revelando sua aptidão para a astronomia com a leitura do Almagesto, de Ptolomeu. Suas primeiras importantes observações consistentes foram sobre Júpiter e Saturno (1564), quando obteve dados que possibilitaram corrigir erros e imprecisões tanto das tábuas afonsinas como das tábuas prutênicas. Com a morte do tio (1565), pode redirecionar definitivamente sua carreira para a astronomia e consolidar seus conhecimentos astronômicos. De temperamento difícil, estudou em Wittenberg, Rostock, onde perdeu parte do nariz em um duelo, colocando uma prótese metálica, Basiléia e Augsburg. Voltando à pátria, passou a se dedicar integralmente à astronomia e construiu um pequeno observatório (1571). Foi ali que descobriu uma nova estrela muito brilhante, em um ponto do céu onde não havia antes nenhum astro (1572). Publicou o resultado de suas pesquisas no opúsculo De nova stella (1573) e mostrou que esta se encontrava além da Lua, o que consolidou sua reputação como pesquisador e iniciou uma mudança nas concepções astronômicas e filosóficas até então, pois sua descoberta mostrava que a imprevisibilidade e a desordem também podiam reinar nas esferas celestes, pondo por terra a teoria da estabilidade cósmica do mundo além da Lua. Patrocinado pelo rei dinamarquês, Frederico II, montou na ilha de Hvenn, hoje Ven, um observatório com o nome de Uraniborg (1576), que impressionava pela quase perfeição de seus instrumentos, criados e construídos pelo próprio astrônomo. Editou um primeiro relatório de suas experiências com o nome de EpistolaeAstronomiae (1596). Após a morte de Frederico (1588), houve uma drástica redução do apoio financeiro ao observatório e, progressivamente desgastado perante a coroa, a nobreza e o clero, deixou a Dinamarca (1597) e emigrou primeiro para Wittemberg, próxima a Hamburgo, e depois para Praga, onde obteve a proteção de Rodolfo II, que concedeu-lhe uma pensão e o Castelo de Benatky, cerca de 35 quilômetros a nordeste de Praga, onde morreu em outubro (1601). Em agradecimento ao imperador dedicou-lhe o livro Astronomiae instauratae mechanica (1598), um grande tratado de seus instrumentos e como usá-los, uma espécie de autobiografia. Lá, um dos seus assistentes era Johannes Kepler, até o fim de sua vida. Foi Kepler que editou postumamente a obra mais importante escrita por ele: Astronomiae instauratae Progymnasmata (1602). Segundo os historiadores o que o impediu de produzir muito mais foram sua vaidade e temperamento intragável, seu extremismo religioso (protestante fanático) e sua descrença na teoria de Copérnico, porém suas observações encerraram definitivamente a teoria aristotélica de que a esfera celeste era imutável.

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