Rio de Janeiro, capital do estado homônimo, é a segunda maior metrópole do Brasil, situada no Sudeste do país. Cidadebrasileira mais conhecida no exterior,[9][10] maior rota do turismo internacional no Brasil[11] e principal destino turístico naAmérica Latina e em todo Hemisfério Sul,[11] a capital fluminense funciona como um "espelho", ou "retrato" nacional, seja positiva ou negativamente.
É um dos principais centros econômicos, culturais e financeiros do país, sendo internacionalmente conhecida por diversos ícones culturais e paisagísticos, como o Pão de Açúcar, o Morro do Corcovado com a estátua do Cristo Redentor, as praiasdos bairros de Copacabana, Ipanema e Barra da Tijuca (entre outros), o Estádio do Maracanã, o Estádio Olímpico João Havelange, as florestas da Tijuca e da Pedra Branca, a Quinta da Boa Vista, a ilha de Paquetá, o Réveillon de Copacabana e oCarnaval.
Representa o segundo maior PIB do país[12] (e o 30º maior do mundo[13]), estimado em cerca de 140 bilhões de reais(IBGE/2007),[8] e é sede das duas maiores empresas brasileiras - a Petrobras e a Vale, e das principais companhias depetróleo e telefonia do Brasil, além do maior conglomerado de empresas de mídia e comunicações da América Latina, asOrganizações Globo.[14] Contemplado por grande número de universidades e institutos, é o segundo maior polo de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, responsável por 17% da produção científica nacional - segundo dados de 2005.[15] Rio de Janeiro é considerada uma cidade global beta - pelo inventário de 2008 da Universidade de Loughborough (GaWC).
Foi capital do Brasil Colônia a partir de 1763, capital do Império Português na época das invasões de Napoleão, capital doImpério do Brasil, e capital da República até a inauguração de Brasília, na década de 1960. É também conhecida por Cidade Maravilhosa, e aquele que nela nasce é chamado de carioca.
História
Descoberta
A Baía de Guanabara, à margem da qual a cidade se organizou, foi descoberta pelo exploradorportuguês Gaspar de Lemos em 1º de janeiro de 1502. Na época, toda a região ao redor da baía era habitada por índios tupinambás[16]. Embora se afirme que o nome "Rio de Janeiro" tenha sido escolhido em virtude de os portugueses acreditarem tratar-se a baía da foz de um rio, na verdade, à época, não havia qualquer distinção de nomenclatura entre rios, sacos e baías - motivo pelo qual foi o corpo d'água corretamente designado como rio. Os franceses, que se aliaram aos tupinambás, estabeleceram-se na região em 1555 mas foram expulsos pelos portugueses em 1567.[livro 1]
Período francês
Em 1 de novembro de 1555, os franceses, capitaneados por Nicolas Durand de Villegagnon, apossaram-se da Baía da Guanabara, estabelecendo uma colônia na ilha de Sergipe (atual ilha de Villegagnon).[livro 1] Lá, ergueram o Forte Coligny, enquanto consolidavam alianças com os índios Tupinambás locais. Enquanto isso, os portugueses se aliaram a um grupo indígena rival dos tupinambás, os temiminós e foi com o auxílio destes que atacaram e destruíram a colônia francesa em 1560.[livro 1]
Período colonial
Persistindo a presença francesa na região, os portugueses, sob o comando de Estácio de Sá, desembarcaram num istmo entre o Morro Cara de Cão e o Morro do Pão de Açúcar, fundando, a 1 de março de 1565, a cidade de "São Sebastião do Rio de Janeiro".[livro 1]Uma vez conquistado o território, em uma pequena praia protegida pelo Morro do Pão de Açúcar, edificaram uma fortificação de faxina e terra, o embrião da Fortaleza de São João.[livro 1]
A expulsão e derrota definitiva dos franceses e seus aliados indígenas, no entanto, só se deu em janeiro de 1567.[livro 1]A vitória de Estácio de Sá, subjugando elementos remanescentes franceses (os quais, aliados aos tamoios, dedicavam-se ao comércio e ameaçavam o domínio português na costa do Brasil), garantiu a posse do Rio de Janeiro, rechaçando, a partir daí, novas tentativas de invasões estrangeiras e expandindo, à custa de guerras, seu domínio sobre as ilhas e o continente.[livro 1]A povoação foi refundada no alto do morro do Castelo (completamente arrasado em 1922), no atualCentro da cidade. O novo povoado marcou o começo de fato da expansão da cidade.[livro 1]
Durante quase todo o século XVII, a cidade acenou com um desenvolvimento lento.[livro 1]Uma rede de pequenas ruelas conectava entre si as igrejas, ligando-as ao Paço e ao Mercado do Peixe, à beira do cais. A partir delas, nasceram as principais ruas do atual centro.[livro 1]Com cerca de 30 000 habitantes na segunda metade do século XVII, o Rio de Janeiro tornara-se a cidade mais populosa do Brasil, passando a ter importância fundamental para o domínio colonial.[livro 1]
Essa importância tornou-se ainda maior com a exploração de jazidas de ouro em Minas Gerais, no século XVIII: a proximidade levou à consolidação da cidade como proeminente centro portuário e econômico. Em 1763, o ministro português Marquês de Pombal transferiu a sede da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro.[livro 1]
A vinda da corte portuguesa, em 1808, marcaria profundamente a cidade, então convertida no centro de decisão do Império Português, debilitado com as guerras napoleônicas. Após a Abertura dos Portos, tornou-se um proeminente centro comercial. Nos primeiros decênios, foram criados diversos estabelecimentos de ensino, como a Academia Militar, a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios e a Academia Imperial de Belas Artes, além da Biblioteca Nacional - com o maior acervo da América Latina[17] - e o Jardim Botânico. O primeiro jornalimpresso do Brasil, a Gazeta do Rio de Janeiro,[18] entrou em circulação nesse período. Foi a única cidade no mundo a sediar um império europeu fora da Europa.[livro 1]
Foi a capital do Brasil de 1763 a 1960, quando o governo transferiu-se para Brasília. Atualmente é a segunda maior cidade do país, depois deSão Paulo. Entre 1808 e 1815, foi capital do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, como era oficialmente designado Portugal na época. Entre 1815 e abril de 1821, sediou o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, após elevação do Brasil à parte integrante do Reino Unido.[livro 1]
Período imperial
Após a independência, a cidade tornou-se a capital do Império do Brasil, enquanto a província enriquecia com a agriculturacanavieira da região de Campos e, principalmente, com o novo cultivo do café no Vale do Paraíba.[livro 1]De modo a separar aprovíncia da capital do Império, a cidade foi convertida, no ano de 1834, em Município Neutro, passando a província do Rio de Janeiro a ter Niterói como capital.[livro 1]
Como centro político do país, o "Rio" concentrava a vida político-partidária do império. Foi palco principal dos movimentosabolicionista e republicano na metade final do século XIX.[livro 1]Durante a República Velha, com a decadência de suas áreas cafeeiras, o estado perdeu força política para São Paulo e Minas Gerais.[livro 1]
Período republicano
Com a Proclamação da República, nas últimas décadas do século XIX e início do XX, o Rio de Janeiro enfrentava graves problemas sociais advindos do crescimento rápido e desordenado. Com o declínio do trabalho escravo, a cidade passara a receber grandes contingentes de imigrantes europeus e de ex-escravos, atraídos pelas oportunidades que ali se abriam ao trabalho assalariado.[livro 1]Entre 1872 e 1890, sua população duplicou, passando de 274 mil para 522 mil habitantes.[livro 1]
O aumento da pobreza agravou a crise habitacional, traço constante na vida urbana do Rio desde meados do século XIX. O epicentro dessa crise era ainda, e cada vez mais, o miolo central - a Cidade Velha e suas adjacências -, onde se multiplicavam as habitações coletivas e eclodiam as violentas epidemias de febre amarela, varíola, cólera-morbo, que conferiam à cidade fama internacional de porto sujo.[livro 1]
Muitas campanhas de erradicação, perpetradas pelos governos da época, não foram bem recebidas pela população carioca. Houve muitas revoltas populares, entre elas, a Revolta da Vacina, de 1904, que também teve como causa a tomada de medidas impopulares, como asreformas urbanas do centro, executadas pelo engenheiro Pereira Passos.[livro 1]Vários cortiços foram demolidos e a população pobre da região central deslocada para as encostas de morros, na zona portuária e no Caju, sobretudo os morros da Saúde e da Providência.[livro 1]Tais povoamentos cresceram de maneira desordenada, dando início ao processo de favelização (ainda não muito preocupante na época) - o que não impediu a adoção de várias outras reformas urbanas e sanitárias que modificaram a imagem da então capital da República. Data desse período a abertura do Theatro Municipal e da Avenida Rio Branco, com os edifícios inspirados em elementos da Belle Époque parisiense, e a inauguração, em 1908, do Bondinho do Pão de Açúcar, um dos marcos da engenharia brasileira, em comemoração aos 100 anos da Abertura dos Portos.
A ocupação da atual zona sul efetivou-se com a abertura do Túnel Velho, que fazia a conexão entreBotafogo e Copacabana. O surgimento do Copacabana Palace, em 1923, consagrou definitivamente o processo de ocupação e o turismo na região, que experimentou uma explosão demográfica. O Cristo Redentor seria inaugurado em 1931, tornando-se um dos cartões-postais do Rio e do Brasil.
Após a transferência da Capital Federal para Brasília em 1960, o Rio foi transformado numa cidade-estado com o nome de Guanabara. Em 15 de março de 1975 ocorreu a fusão com o antigo estado do Rio de Janeiro e, em 23 de julho, foi promulgada a Constituição do Rio de Janeiro.[livro 1]
Em 1992, sediou a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUCED), mais conhecida como Rio-92, ou ECO-92 - a primeira conferência internacional de peso realizada após o fim da Guerra Fria, com a presença de delegações de 175países.
Foi sede dos Jogos Pan-Americanos de 2007, ocasião à qual realizou investimentos em estruturas esportivas (incluindo a construção doEstádio Olímpico João Havelange) e nas áreas de transportes, segurança pública e infraestrutura urbana. Ainda no âmbito esportivo, a cidade irá sediar alguns jogos da Copa do Mundo de 2014 inclusive a final e os Jogos Olímpicos de Verão de 2016.
Entre a noite de sábado, 20 de novembro, até o dia 27 de novembro de 2010, sucederam-se na Região Metropolitana do Rio de Janeiro vários atos de violência organizada. Durante os ataques e depois, durante as operações, registrou-se que pelo menos 181 veículos teriam sido incendiados pelos criminosos. Nesse período, ocorreram ainda 39 mortes, cerca de duzentas detenções para averiguação e quase setenta prisões.[19][20] No dia 25 de novembro, deu-se a maior ofensiva da Polícia Militar do Rio de Janeiro, com seu Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) atuando ao lado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, encabeçada pela Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e em parceria com oCorpo de Fuzileiros Navais, que disponibilizou seis blindados e um grupamento de fuzileiros navais da mesma unidade para apoio logístico da operação, que resultou na tomada do território da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, regiões da cidade que até então estava em poder dos narcotraficantes do Comando Vermelho.
Geografia
Relevo
A cidade ocupa a margem ocidental da baía de Guanabara e algumas de suas respectivas ilhas (como Governador e Paquetá), e desenvolveu-se sobre estreitas planícies aluviais comprimidas entre montanhas e morros.[livro 2] A serra do Mar, rebordo do planalto Atlântico, ergue-se a noroeste, distando cerca de 40 quilômetros do litoral, e divisa a metrópole do interior.[livro 2]
O Rio de Janeiro está assentado sobre três grandes maciços:[livro 2]o da Pedra Branca, que atravessa a cidade no sentido leste-oeste(onde se encontra o ponto culminante do município, o pico da Pedra Branca, de 1 024 metros[22]); o de Gericinó, ao norte (com o pico do Guandu, de 900 metros); e o da Tijuca ou da Carioca, sobre o qual irrompem morros e picos, alguns cobertos por exuberantevegetação, de grande interesse turístico: o pico da Tijuca (1.022 m),[23] o Bico do Papagaio (975 m), o Andaraí (900 m), a Pedra da Gávea (842 m),[21] o Corcovado (704 m), o Dois Irmãos (533 m) e o Pão de Açúcar (395 m), que se encontra à entrada da baía.
Seu litoral tem 197 quilômetros de extensão, inclui mais de 100 ilhas que ocupam 37 km², e desdobra-se em três partes, voltadas à baía de Sepetiba, ao oceano Atlântico e à baía de Guanabara.[livro 2]O litoral da baía de Sepetiba tem como único acidente geográfico de expressão a Restinga da Marambaia e é arenoso, baixo e pouco recortado.[livro 2]O litoral dabaía de Guanabara é recortado, baixo, abarca muitas ilhas (como a do Governador, de 29 km², local do Aeroporto Internacional do Galeão) e, em suas margens, situam-se o centro comercial e os subúrbios industriais.[livro 2]O litoral Atlântico expressa alternâncias consideráveis, apresentando-se ora alto, quando em contato com as ramificações costeiras dos maciços da Pedra Branca e da Tijuca, ora baixo, trecho pelo qual se estendem as praias deCopacabana, Ipanema, Leblon, Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes, todas integradas à paisagem urbana.[livro 2]
Diversas lagoas, como as da Tijuca, Marapendi, Jacarepaguá e Rodrigo de Freitas formaram-se nas baixadas, muitas de terrenopantanoso a ainda não completamente drenado.[livro 2]
Clima
O clima é tropical atlântico, classificado como Aw segundo o modelo de Köppen, e a média anual das temperaturas é de 23,1 °C.[24]
Por se tratar de uma cidade litorânea, o efeito da maritimidade é bastante perceptível, traduzindo-se em amplitudes térmicasrelativamente baixas. A média anual das temperaturas médias máximas mensais é 26,1 °C, e das médias mínimas mensais, 20 °C.[24]Já as médias anuais das temperaturas máximas e mínimas absolutas aferidas em cada mês ficam, respectivamente, em 36,2 °C e 13,8 °C.[24] Julho é o mês mais frio, com médias máxima e mínima de 24 °C e 17 °C, e janeiro, o mais quente (29 °C e 23 °C).[24]
Os verões são marcados por dias quentes e úmidos, eventualmente suplantando a barreira dos 40 °C em pontos isolados, enquanto osinvernos apresentam-se amenos e com regime de chuvas mais restrito, com mínimas raramente inferiores a 10 °C. De modo geral, o anopode ser dividido em duas estações: uma quente e relativamente chuvosa, e outra de temperaturas amenas; desta forma, primavera eoutono agregam-se às características das demais, tratando-se mais de intervalos de transição do que estações propriamente definidas. Até hoje, o recorde oficial de menor temperatura já registrada deu-se no Campo dos Afonsos (4,8 °C), em julho de 1928, e o de maior, em Bangu (43,2 °C), em janeiro de 1984.[24]
Devido à altíssima concentração de edifícios nas regiões urbanas centrais, mais afastadas do litoral, é comum o surgimento de ilhas de calor, com termômetros superando a marca dos 40 °C nos meses mais quentes do ano. Nessas áreas e em outras, é possível verificar disparidades de alguns graus com relação às zonas costeiras, em razão das brisas marítimas.
[Esconder]Dados climatológicos para Rio de Janeiro | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Temperatura máxima registrada (°C) | 42 | 42 | 40 | 40 | 38 | 37 | 38 | 42 | 42 | 42 | 43 | 41 | 43 |
Temperatura máxima média (°C) | 29,4 | 30,2 | 29,4 | 27,8 | 26,4 | 25,2 | 25,3 | 25,6 | 25,0 | 26,0 | 27,4 | 28,6 | 27,2 |
Temperatura mínima média (°C) | 23,3 | 23,5 | 23,3 | 21,9 | 20,4 | 18,7 | 18,4 | 18,9 | 19,2 | 20,2 | 21,4 | 22,4 | 21,0 |
Temperatura mínima registrada (°C) | 17 | 17 | 17 | 15 | 10 | 7 | 11 | 10 | 13 | 12 | 13 | 17 | 7 |
Precipitação (mm) | 114,1 | 105,3 | 103,3 | 137,4 | 85,6 | 80,4 | 56,4 | 50,5 | 87,1 | 88,2 | 95,6 | 169,0 | 1 172,9 |
Dias de chuva | 12 | 9 | 9 | 10 | 8 | 6 | 6 | 6 | 9 | 10 | 11 | 13 | 109 |
Fonte: World Meteorological Organization[25] 4 de janeiro de 2012 | |||||||||||||
Fonte #2: Weatherbase - World Weather Information Service[26] 4 de janeiro de 2012 |
O volume pluviométrico acumulado anual é de 1 086 mm.[24] As chuvas concentram-se nos meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março, tornando-se mais esparsas no período de junho a agosto.[24] Abril e novembro apresentam números razoáveis, ainda que menores que os dos meses de maior pluviosidade. Em cerca de um terço dos dias (128), chove.[24] Os meses de outubro, novembro e janeiro têm, em média, 13 dias nos quais se verifica a ocorrência de precipitações; dezembro, 14; fevereiro e setembro, 11; e junho, julho e agosto, 7.[24] Todavia, o maior volume é observado em dezembro (137 mm), janeiro (125 mm), fevereiro (122 mm) e março (130 mm).[24] Temporais não são incomuns noverão, os quais invariavelmente ocasionam vítimas, fatais ou não, sendo o motivo maior os deslizamentos nas encostas da cidade.
A umidade relativa do ar denota índices aceitáveis durante todo o ano. A média no período que antecede o meio-dia fica em 84,6% e, após às doze horas, 70,8%.[24] Junho, julho e agosto apresentam os menores percentuais no período vespertino: 69, 68 e 66%, respectivamente.[24]
Parques e espaços públicos
A cidade conta com importantes parques e reservas ecológicas, como o Parque Nacional da Tijuca, considerado "Patrimônio Ambiental e Reserva da Biosfera" pela UNESCO, o Parque Estadual da Pedra Branca, o Complexo da Quinta da Boa Vista e o Jardim Botânico, o mais antigo do Brasil,[27]), o Jardim Zoológico do Rio, o primeiro zoológico nacional,[28] o Parque Estadual da Pedra Branca, que abriga o ponto culminante do Rio de Janeiro: o pico da Pedra Branca,[22] o Passeio Público.
Poluição ambiental
Em razão da alta concentração de indústrias na região metropolitana, o Rio de Janeiro, como a maioria das grandes metrópoles brasileiras, tem enfrentado sérios problemas de poluição ambiental. A baía de Guanabara, vitimizada pela perda secular das áreas demangue, agoniza com resíduos provenientes de esgotos domiciliares e industriais, além dos derrames de óleo e da crescente presença de metais pesados. Não obstante suas águas se renovem ao confluírem para o mar, a baía é receptora final de todos os afluentesgerados nas suas margens e nas bacias dos muitos rios e riachos que nela deságuam. Mais de 14 mil estabelecimentos industriais e quatorze terminais marítimos de carga e descarga de produtos oleosos estão entre os principais causadores da poluição. Os níveis dematerial particulado no ar também se encontram duas vezes acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, em parte devido à numerosa frota de veículos em circulação. Em uma pesquisa divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo, o Rio de Janeiro foi apontado como a quinta capital mais poluída do Brasil, atrás apenas de São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba.[29][30]
As águas da baía de Sepetiba seguem lentamente o caminho traçado pela baía de Guanabara, embora com características de degradação distintas.[31] Esgotos domiciliares produzidos por uma população da ordem de 1,29 milhão de habitantes degradam diretamente a qualidade sanitária das águas quando lançados sem tratamento em valões, córregos ourios.[31] Com relação à poluição industrial, rejeitos de grande toxicidade, dotados de altas concentrações de metais pesados - principalmente zinco e cádmio -, já foram despejados ao longo dos anos por fábricas dos distritos industriais de Santa Cruz, Itaguaí eNova Iguaçu, implantados sob orientação de políticas estaduais voltadas, sobretudo, à polarização da expansão fabril em áreas menos congestionadas.[31]
A lagoa de Marapendi e a lagoa Rodrigo de Freitas têm sofrido com a leniência das autoridades e o avanço dos condomínios no local. O despejo de esgoto por ligações clandestinas e a consequente proliferação de algas diminuem a oxigenação das águas, ocasionando a mortandade de peixes.[32][33] Estima-se que, a contar do início do século passado até os dias atuais, o espelho d'água da lagoa tenha perdido 40% de sua cobertura original.[32]
Algumas praias da orla carioca, na maior parte do ano, encontram-se impróprias para o banho. É comum após um grande temporal a formação de "línguas negras" nas areias das praias, originadas de detritos trazidos dos morros pelas chuvas.[34]
Segundo boletim da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, parte de Ipanema, Arpoador e Praia Vermelha, além de Bica, Guanabara e Central (Urca), são consideradas impróprias para o banho, haja visto que suas areias têm alta concentração de coliformes e da bactéria Escherichia coli, que indica a presença de lixo e fezes.[35]
Há, por outro lado, sinais de despoluição na lagoa Rodrigo de Freitas, um dos principais cartões-postais do Rio de Janeiro. Uma parceria público-privada estabelecida em 2008 visa garantir que, até 2011, as águas da lagoa estejam próprias para o banho. As ações de despoluição envolvem a planificação do leito, com transferência de lodo para grandescrateras presentes na própria lagoa, e a criação de uma nova ligação direta e subterrânea com o mar, que contribuirá no sentido de aumentar a troca diária de água entre os doisambientes.[36]
Demografia
- Ver também: Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Crescimento populacional | |||
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Censo | Pop. | %± | |
1872 | 274 972 | ||
1890 | 522 651 | 90,1% | |
1900 | 811 443 | 55,3% | |
1920 | 1 157 873 | 42,7% | |
1940 | 1 764 141 | 52,4% | |
1950 | 2 377 451 | 34,8% | |
1960 | 3 281 908 | 38,0% | |
1970 | 4 251 918 | 29,6% | |
1980 | 5 090 700 | 19,7% | |
1991 | 5 336 179 | 4,8% | |
2000 | 5 851 914 | 9,7% | |
2010 | 6 323 037 | 8,1% |
Em 2010, a população do Rio de Janeiro segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de 6 323 037 habitantes na cidade e 11 711 233 na região metropolitana, o que o torna a segunda maior aglomeração urbana do Brasil,[5][37] terceira da América do Sul e 24ª domundo.[38] Em 2010, a densidade populacional foi estimada em 5 265,81 habitantes por km²,[5] sendo que 2 960 954 habitantes eram homens e 3 362 083 habitantes eram mulheres. Ainda segundo o mesmo censo, 100% da população era urbana.[39][5] Na região metropolitana, a últimaPesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, realizada pelo IBGE, revelou as seguintes proporções no tipo físico da população: brancos, 53,6% (6.207.702); pardos, 33,6% (3.891.395); pretos, 12,3% (1.424.529); e amarelos ou indígenas, 0,5% (57.908).[40]
As taxas de incremento médio anual da população foram de 0,8% (2000-2006) e 0,75% (1991-2000) na cidade,[41] e 1,43% (2000-2006) e 1,18% (1991-2000) na região metropolitana - o que indica, de modo geral, uma aceleração na taxa de crescimento dos demais municípios do Grande Rio, e um pequeno aumento na taxa da capital.[42]
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) do Rio de Janeiro (ano 2000), considerado "elevado" pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é de 0,842. Considerando apenas a educação o índice é de 0,933 (muito elevado), enquanto o do Brasil é 0,849; o índice da longevidade é de 0,754 (o brasileiro é 0,638); e o de renda é de 0,840 (o do país é 0,723).[7] A renda per capita é de 25 121,92 reais.[8]
Imigrantes e migrantes
Dentre os fluxos migratórios mais significativos, destacam-se os de portugueses e demais povos europeus, nordestinos e afro-brasileiros.
De acordo com estudos genéticos autossômicos recentes, a herança europeia é a dominante tanto entre "brancos" quanto entre "pardos", respondendo, então, pela maior parte da ancestralidade dos habitantes do Rio de Janeiro. A contribuição africana encontra-se presente, em alto grau, sendo maior entre os "negros". Também a ancestralidade ameríndia encontra-se presente, embora em grau menor.[43][44][45][46]
Imigração portuguesa
Tal fluxo migratório deflagrou-se no século XVI e atingiu seu auge no início do século XX, constituindo uma das maiores massas deimigrantes já recebidas pelo país. Entretanto, foi particularmente em 1808, com o estabelecimento da Família Real Portuguesa no Rio de Janeiro, e a relativa proximidade das jazidas mineiras (descobertas no século XVIII), que a cidade beneficiou-se da onda lusitana. Somente naquele ano, aportaram em território brasileiro 15 mil nobres e pessoas da alta-sociedade portuguesa - a grande maioria, na então capital da Colônia.
Após a Independência, os fluxos migratórios apresentaram uma redução paulatina, em razão da lusofobia inerente à época. Porém, com o passar dos anos a carência de mão-de-obra ocasionada pelo fim do tráfico negreiro e os frequentes revezes sócio-econômicos enfrentados por Portugal fariam a imigração portuguesa tornar a crescer no Rio e no Brasil. A partir de 1850, a imigração portuguesatomou caráter quase que exclusivamente urbano e, ao contrário de alemães e italianos que vinham para trabalhar na agricultura, osportugueses rumavam a dois destinos preferenciais: as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Entre 1881 e 1991, mais de 1,5 milhão de pessoas migraram de Portugal para o Brasil. Em 1906, 133 393 portugueses viviam no Rio de Janeiro - 16% da população da época. Apesar das taxas migratórias terem-se reduzido drasticamente a partir da década de 1930 (e, com maior ênfase, após 1960), ainda hoje, a cidade é considerada como tendo a segunda maior população portuguesa do mundo, depois de Lisboa.[48][49]
A presença númerica portuguesa na cidade se fez notar especialmente a partir do final do século XIX. No ano de 1890, imigrantes portugueses compunham 20,36% da população da cidade do Rio de Janeiro (106.461 pessoas). Brasileiros filhos de pai ou mãe portugueses compunham 30,84% da população carioca (161.203 pessoas). Ou seja, portugueses natos ou seus filhos perfaziam, naquele ano, 51,2% dos habitantes do Rio, um total de 267 664 pessoas. Se se incluírem os netos, bisnetos e outros descendentes de portugueses, torna-se mais notória a maciça presença portuguesa no Rio de Janeiro. "Os Portugueses e os seus descendentes representam mais da metade da população carioca, ainda em 1890, sendo um total de 267 664 numa população de 522 651 habitantes. Os emigrantes lusos totalizam 106 461 moradores, 77 954 homens e 28 507 mulheres" ("Açorianos no Brasil", Vera Lúcia Maciel Barroso, p. 89, 1ª ed. 2002). No século XX, ainda chegaram ao Rio contingentes enormes de portugueses, mas com o passar das décadas, a presença portuguesa na cidade foi sendo diluída, pois a imigração passou a diminuir e a população nascida na cidade crescia rapidamente. Em 1890, de acordo com outra fonte, os portugueses compunham 24% da população carioca e 68% da população estrangeira residente. Em 1920, os portugueses compunham 15% da população da cidade e 71% dos estrangeiros. Em 1950, os lusitanos se reduziram a 10% da população, apesar da presença de 196 mil residentes portugueses, sendo então a terceira cidade do mundo com mais portugueses, atrás somente de Lisboa e do Porto.[50] Mais recentemente, a presença portuguesa na cidade é pouco expressiva, embora ainda seja notável: no censo de 2000, com mais de 5,8 milhões de habitantes, em torno de 1% da população do Rio ainda era nascida em Portugal.[51]
Migrantes de outros estados do Brasil
É possível notar um respeitável contingente de pessoas de outros estados, sobretudo nordestinos. Paraibanos e pernambucanos fazem-se bastante presentes. No auge daindustrialização, entre as décadas de 1960 e 1980, passaram a migrar para a região Sudeste em busca de melhores condições de vida e trabalho. Com a melhoria estrutural de outras regiões do país, e os problemas resultantes da superpopulação nas grandes cidades, a migração nordestina diminuiu consideravelmente. Embora Rio de Janeiro e São Paulo continuem sendo importantes polos de atração, a migração "polinucleada" ganhou contornos mais acentuados.
Afro-brasileiros
Também existem muitos afro-brasileiros desde o período colonial - a maioria descendente de escravos trazidos de Benim, Angola e Moçambique.[48] Com importantes contribuições de seu sincretismo religioso e musical, elementos remanescentes da cultura africana encontram-se hoje emaranhados à cultura brasileira e da cidade.
No início do século XIX, o Rio de Janeiro tinha a maior população urbana de escravos nas Américas, superando inclusive Salvador e Nova Orleães. Os africanos provinham de diferentes regiões do continente africano, mas no Rio predominaram os oriundos de Cabinda, do Congo Norte, Benguela, Moçambique, Luanda e de Angola. Os afrodescendentes nascidos no Brasil se diferenciavam dos africanos e poderiam ser dividos em três grupos. O primeiro era de crioulos, negros filhos de pais africanos nascidos no Brasil. Os pardos, já miscigenados, sobretudo com portugueses. Por fim, os cabras, resultado de outras miscigenações, inclusive com índios. Em 1849, 43,51% da população carioca era denominada preta e 80 mil escravos habitavam a cidade.[52]
Em 1859, o médico e explorador alemão Robert Christian Avé-Lallemant, após visitar o Rio de Janeiro, fez o seguinte relato: "Se não soubesse que ela fica no Brasil poder-se-ia tomá-la sem muita imaginação como uma capital africana, residência de poderoso príncipe negro, no qual passa inteiramente despercebida uma população de forasteiros brancos puros. Tudo parece negro."[53]
Demais imigrantes
Alemães, italianos, russos, suíços, libaneses, judeus, espanhóis, franceses, argentinos, chineses e seus respectivos descendentes compõem uma parcela considerável dos povos estrangeiros radicados na cidade.[48][49] Entre 1920 e 1935, aportaram na cidade dezenas de milhares de imigrantes judeus do Leste Europeu, sobretudo da Ucrânia e daPolônia.[54]
Religião
População residente por religião (Censo 2000) | |||
---|---|---|---|
Religião | Número de adeptos | (%) | |
Católicos | 3.556.096 | 60,71 | |
Evangélicos | 1.034.009 | 17,65 | |
Sem religião | 781.080 | 13,33 | |
Espíritas | 201.714 | 3,44 | |
Umbandistas | 72.946 | 1,25 | |
Testemunhas de Jeová | 36.273 | 0,62 | |
Candomblecistas | 29.831 | 0,51 | |
Judeus | 23.862 | 0,41 | |
Budistas | 12.741 | 0,22 | |
Santos dos Últimos Dias | 3.879 | 0,07 |
São diversas as doutrinas religiosas manifestas na cidade.[55] Tendo-se expandido sobre uma matriz social de predominância católica - em virtude do processo colonizador e imigratório e da ausência de um estado laico que, à época, preconizava o catolicismo - a maioria dos cariocas ainda hoje se declara como tal. No entanto, é substancial a presença de dezenas de denominações protestantes (cerca de 18% da população residente[55]), além do Espiritismo, que apresenta uma penetração considerável, com mais de 200 mil adeptos.[55] As religiões afro-brasileiras (Umbandae Candomblé) encontram respaldo em vários segmentos sociais, embora professadas por menos de 2% dapopulação.[55]
Segundo o último censo do IBGE, o percentual dos que não possuem filiação religiosa alguma é expressivo - superior à média nacional, de 7,3% -, sobrestando, inclusive, ao das comunidades espírita e umbandista.[55] Testemunhas de Jeová, judeus e budistas são grupos minoritários, mas em ascensão.
Igreja Católica Romana
A Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, Sé Metropolitana da respectiva Província Eclesiástica, pertence ao Conselho Episcopal Regional Leste I da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) (instalada no Rio até 1977). Fundada em 1676, abrange um território de 1 721 km², organizado em 252 paróquias.[56]
A Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro, ou Catedral Metropolitana, foi inaugurada em 1979, na região central da cidade. Suas instalações guarnecem um acervo de grande valor histórico e religioso: o Museu Arquidiocesano de Arte Sacra e o Arquivo Arquidiocesano. Lá também estão sediados o Banco da Providência e a Cáritas Arquidiocesana.[57] Em estilo contemporâneo, apresenta formato cônico, com 96 metros de diâmetro interno e capacidade para receber até 20 mil fiéis. O esplendor da edificação, de linhas retas e sóbrias, deve-se aos cambiantes vitrais talhados nas paredes até à cúpula. Seu projeto e execução foram coordenados pelo Monsenhor Ivo Antônio Calliari (1918-2005).[57]
São Sebastião é reconhecido como o padroeiro da cidade, razão pela qual esta recebeu o nome canônico de "São Sebastião do Rio de Janeiro".
Igrejas protestantes e evangélicas
Na cidade coexistem vários credos protestantes ou reformados, exemplificados pelas Igrejas Evangélicas Batista, Presbiteriana, Metodista, Congregacional, Adventista do Sétimo Dia e Luterana, e pelas de origem pentecostal: Universal do Reino de Deus, Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil, Evangelho Quadrangular, Casa da Bênção, Deus é Amor, Cristã Maranata e Nova Vida.[55] Nas últimas décadas, cominou-se um avanço suplementar dessas igrejas, essencialmente nas regiões periféricas e no centro.
Criminalidade
Desde meados dos anos 1990, em decorrência da violência urbana, o Rio vem conquistando espaço na imprensa nacional e (nos últimos anos) internacional. A cidade apresenta índices elevados de criminalidade, em especial, o homicídio.[58] Até o ano de 2007, na região metropolitana contabilizavam-se quase 80 mortos por semana - a maioria vítimas de assaltos, balas perdidas e do narcotráfico.[59][60] Entre 1978 e 2000, 49 900 pessoas foram mortas no Rio, mais do que em toda a Colômbia no mesmo período.[61][62]
A polícia do Rio de Janeiro também é demasiadamente violenta; em 2006 executou 1 063 pessoas no estado, sendo 1 195 apenas em 2003. Até abril de 2007, a média era de 3,7 por dia. A título de comparação, a polícia dos Estados Unidos matou apenas 347 pessoas em todo o território estadunidense ao longo de 2006.[63][64] Os policiais recebem em média R$ 874 por mês, ou o equivalente R$ 10.488 em um ano.[65] Baixos salários e equipamentos insuficientes fazem com que a polícia carioca consiga resolver apenas 3% de todos osassassinatos ocorridos na cidade.[66]
Entretanto, pesquisas recentes demonstram que a violência vem caindo na cidade, sobretudo nos últimos anos. O "Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros 2008", estudo realizado conjuntamente pela Rede de Informação Tecnológica Latino Americana (RITLA) e pelo Instituto Sangari, com o aval dos Ministérios da Saúde e da Justiça, divulgado em janeiro de 2008, revela que no Rio de Janeiro a taxa geral de homicídios por 100 mil habitantes retrocedeu 40% entre 2002 e 2006, levando-o da 4ª para a 14ª posição no ranking das capitaismais violentas do Brasil.[67] Em 2002, a capital fluminense registrava 62,8 casos de homicídio para cada 100 mil pessoas. Em 2006, após quedas anuais sucessivas, esta taxa chegou a 37,7 - abaixo da aferida para cidades menores como Recife (90,9), Vitória (88,6),Curitiba (49,3), Belo Horizonte (49,2), Salvador (41,8) e Florianópolis (40,7).[67] No entanto, apesar da salutar redução dos índices de criminalidade, o Rio ainda ocupa o segundo lugar com relação ao total de homicídios ocorridos em 2006, atrás apenas de São Paulo.[67]Um relatório anterior, divulgado em outubro de 2007, também com a chancela dos Ministérios da Saúde e da Justiça,[68] apontava uma redução inferior (17,5%) nos índices de homicídio entre 2003 e 2006, período no qual a capital respectivamente teria oscilado da 3ª a 5ª colocação entre as mais violentas do Brasil.
Segundo o Mapa da Violência de 2008, a taxa de óbitos por armas de fogo também apresentou retração considerável (da ordem de 30%) no período analisado. Em 2002, foram computadas 52,7 mortes para cada grupo de 100 mil, ao passo que, em 2006, o número caiu para 37,1.[67] Em decorrência, o Rio deixou de ostentar a terceira colocação na lista das capitais com maior número de mortes desta categoria, caindo para o 8º lugar.[67]
- Taxas de homicídios e de mortes por armas de fogo por 100 mil habitantes na cidade do Rio de Janeiro
Levando-se em consideração, para as todas as capitais, somente a média das taxas entre 2002 e 2006, a cidade fica na 9ª posição (44,8) quanto aos homicídios da população em geral, e na 7ª (42) com relação aos óbitos por armas de fogo. Dentro do universo dos 5.564 municípios pesquisados, operou-se uma queda do 124º (2002) para o 445º lugar (2006) quanto à taxa de homicídios, e do 105º (2002) para o 243º (2006) no índice de mortes por armas de fogo.[67]
Porém, em um relatório recente sobre o Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), divulgado em 2009, o Rio de Janeiro ocupou a 21ª posição entre 267 municípios com mais de cem mil habitantes, registrando um índice duas vezes superior à média dos municípios pesquisados.[69] O tráfico de drogas e a violência policial estão entre os fatores preponderantes à concentração dos homicídios nessa faixa etária.[69]
Contrastes socioeconômicos
O Rio de Janeiro é uma cidade de fortes contrastes econômicos e sociais, apresentando grandes disparidades entre ricos e pobres. Enquanto muitos bairros ostentam um Índice de Desenvolvimento Humano correspondente ao de países nórdicos (Gávea: 0,970; Leblon: 0,967; Jardim Guanabara: 0,963; Ipanema: 0,962; Barra da Tijuca: 0,959), em outros, observam-se níveis bem inferiores à média municipal, como é o caso do Complexo do Alemão (0,711) ou da Rocinha (0,732).[70]
Embora classificada como uma das principais metrópoles do mundo, uma porção significativa dos 6,1 milhões de habitantes da cidade vive em condições de pobreza. Parte de seus numerosos subúrbios é composta por favelas, aglomerados urbanos normalmente construídos sobre morros, onde as condições de moradia, saúde, educação e segurançasão extremamente precárias.
Um aspecto original das favelas do Rio é a proximidade aos distritos mais valorizados da cidade, simbolizando a forte desigualdade social, característica do Brasil. Alguns bairrosde luxo, como São Conrado, onde se localiza a favela da Rocinha, encontram-se "espremidos" entre a praia e os morros. Nas favelas, ensino público e sistema de saúde deficitários ou inexistentes, aliados à saturação do sistema prisional, contribuem com a intensificação da injustiça social e da pobreza.
Política
- Ver páginas anexas: Lista de prefeitos do Rio de Janeiro e Lista de governadores do Distrito Federal
No Rio de Janeiro, o Poder Executivo é representado pelo prefeito e gabinete de secretários, em conformidade ao modelo proposto pelaConstituição Federal. A Lei Orgânica do Município e o atual Plano Diretor, porém, preceituam que a administração pública deve conferir à população ferramentas efetivas ao exercício da democracia participativa. Deste modo, a cidade é dividida em subprefeituras, cada uma delas dirigida por um submandatário nomeado diretamente pelo prefeito.
O Poder Legislativo é constituído à câmara municipal, composta por 50 vereadores[71] eleitos para mandatos de quatro anos (em observância ao disposto no artigo 29 da Constituição, que disciplina um número mínimo de 42 e máximo de 55 para municípios com mais de cinco milhões de habitantes).[72] Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao Executivo, especialmente o orçamento participativo (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Conquanto seja o poder de veto assegurado ao prefeito, o processo de votação das leis que se lhe opõem costuma gerar conflitos entre Executivo e Legislativo.
Conselhos municipais há, entretanto, que atuam em complementação ao processo legislativo e ao trabalho engendrado nas secretarias. Obrigatoriamente formados por representantes de vários setores da sociedade civil organizada, acenam em frentes distintas - embora sua representatividade efetiva seja por vezes questionada. Encontram-se atualmente em atividade: Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural (CMPC), de Defesa do Meio Ambiente (CONDEMAM), de Saúde (CMS), dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), de Educação (CME), de Assistência Social (CMAS) e Antidrogas.
Por ser a capital do estado, a cidade também é sede do Palácio Laranjeiras (Poder Executivo) e da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), localizada no Palácio Tiradentes - edifício que já foi ocupado pelo Congresso Nacional, entre 1926 e 1960.
Cidades-irmãs
O Rio de Janeiro possui as seguintes cidades-irmãs:
- Buenos Aires, Argentina (1996) [73]
- São Borja, Brasil (Lei nº 4.158/2005)[74]
- Seul, Coreia do Sul (Lei nº 4.023/2005)[75]
- São José, Costa Rica (Lei nº 4.173/2005)[76]
- Barcelona, Espanha (1972) [77]
- Atlanta, EUA (1972) [78]
- Newark, EUA (Lei nº 4.351/2006)[79]
- Nantes, França (Lei nº 2.127/1994)[80]
- Saint-Tropez, França (Lei nº 4.366/2006)[81]
- Jerusalém, Israel (Lei nº 4.315/2006)[82]
- Kobe, Japão (1969) [83]
- Ramallah, Palestina (Lei nº 3.464/2002)[84]
- Arganil, Portugal (Lei nº 2.831/1999)[85]
- Cabeceiras de Basto, Portugal (Lei nº 2.927/1999)[86]
- Coimbra, Portugal (Lei nº 4.817/2008)[87]
- Espinho, Portugal (Lei nº 2.653/1998)[88]
- Guimarães, Portugal (Lei nº 2.643/1998)[89]
- Olhão, Portugal (Lei nº 4.912/2008)[90]
- Santo Tirso, Portugal (Lei nº 3.062/2000)[91]
- Vila Nova de Gaia, Portugal (Lei nº 4.397/2006)[92]
- Liverpool, Reino Unido (Lei nº 3.793/2004)[93]
- Bucareste, Romênia (Lei nº 3.467/2002)[94]
- São Petersburgo, Rússia (1986) [95]
- Rufisque, Senegal (Lei nº 3.152/2000)[96]
- Túnis, Tunísia (Lei nº 2.003/1993)[97]
- Istambul, Turquia (1965) [98]
- Kiev, Ucrânia (Lei nº 4.917/2008)[99]
- Caracas, Venezuela (Lei nº 4.260/2006)[100]
- Santa Cruz de Tenerife, Espanha (1984)[101]
- Casablanca, Marrocos (2010)[102]
- Colônia, Alemanha (2011)[103]
São também consideradas cidades parceiras:
- Natal, Brasil (2008) [104]
- Salvador, Brasil (2008) [104]
- Oklahoma City, EUA (2007) [105]
- Vancouver, Canadá (2010) [106]
Empresas públicas ou de economia mista
Pertencem à prefeitura - ou, é esta sócia (majoritária ou não) em seus capitais sociais - diversas empresas responsáveis por serviços públicos ou aspectos econômicos domunicípio:
- Centro de Feiras, Exposição e Congressos (Riocentro): sob administração da multinacional de origem francesa GL Events desde2006, organiza tradicionalmente eventos de grandes proporções, tendo em seu histórico a ECO-92 e os Jogos Pan-americanos de 2007. Maior centro de convenções da América Latina,[107] com uma área total de 571 mil metros quadrados e cinco pavilhões para feiras, exposições e congressos,[107] foi eleito em 2006 e 2007 o melhor da América do Sul pelo World Travel Awards.[108][109]
- Companhia Municipal de Energia e Iluminação (Rioluz): vinculada à Secretaria de Obras, gerencia a iluminação pública no município. Entre suas principais atribuições estão a elaboração de projetos e a execução de obras de instalação de novos pontos de luz noslogradouros públicos e em monumentos e prédios que fazem parte do patrimônio natural, histórico, arquitetônico e cultural da cidade. Também coordena a iluminação do carnaval carioca.[110]
- Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb): tendo a prefeitura como acionista majoritária, é uma sociedade anônima deeconomia mista e a maior organização de limpeza pública na América Latina.[111] Atua nos serviços de coleta domiciliar, na limpeza dos logradouros públicos, praias e mobiliário urbano e na higienização dos hospitais municipais.[111] A empresa também dispõe de um centro de pesquisas aplicadas, em Jacarepaguá.[111]
- Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-RIO): sociedade anônima de economia mista controlada pela prefeitura e vinculada à Secretaria Municipal de Transportes, é responsável pela fiscalização do trânsito, aplicação de multas e manutenção do sistema viário e de circulação da cidade. Elabora e divulga relatórios periódicos sobre acidentes e a fluidez nas vias urbanas.[112]
- Empresa Distribuidora de Filmes (Riofilme): criada em novembro de 1992, tem contribuído para a revitalização do cinema nacional ao correr dos anos, carreando verbas à produção e distribuição de filmes de curta, média e longa-metragem e à expansão dos liames do mercado exibidor.[113] Situa-se no bairro das Laranjeiras, em um casarão do final do século XIX conhecido como "Casas Rosadas".[113]
- Empresa Municipal de Artes Gráficas (Imprensa Oficial): primeira imprensa oficial de nível municipal, atende a todas as necessidades de serviços gráficos de 54 órgãos municipais de administração direta, indireta e fundacional, e edita o Diário Oficial do Município e seus suplementos.[114] Ademais, confecciona livros, panfletos, boletins,cartazes e impressos destinados a escolas e hospitais municipais e ao funcionamento de todos os serviços do Rio de Janeiro.[114]
- Empresa Municipal de Informática (IplanRio): fundada em 1979, administra os recursos de tecnologia da informação da prefeitura.[115]
- Empresa Municipal de Multimeios Ltda. (MultiRio): parte integrante da Secretaria Municipal de Educação (SME), concebe e produz mídias para crianças e adolescentes, alunosde escolas municipais e seus professores e familiares, além de promover vinhetas, séries e programas educativos para a TV.[116]
- Empresa Municipal de Urbanização (Riourbe): encarrega-se do desenvolvimento de projetos e obras públicas de infraestrutura, urbanização, reformas, construções, conservação e manutenção preventiva de prédios públicos. Também elabora orçamentos, projetos de arquitetura e realiza licitações.[117] É uma empresa pública de capital fechado, tendo a Prefeitura do Rio de Janeiro como único acionista.
- Empresa Municipal de Vigilância (Guarda Municipal): como força de segurança comunitária da prefeitura, tem por missão asseverar a integridade de bens, serviços e instalações municipais. Foi instituída a 27 de setembro de 1992, e oficialmente implantada pelo Decreto Municipal n.º 12.000, de 30 de março de 1993.[118]
- Empresa de Turismo (Riotur): é o órgão executivo da Secretaria Especial de Turismo que atua na organização de grandes eventos e na promoção turística da cidade, observando a superveniência das diretrizes e programas da Administração Municipal.[119]
Autarquias municipais
- Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP): vinculado à Secretaria Municipal de Urbanismo, encarrega-se das atividades correlatas ao planejamento urbano, à produção de informações geográficas, cartográficas e estatísticas e ao desenvolvimento de projetos estratégicos que subsidiam estudos sócio-econômicos e políticas setoriais.[120] Tem sua origem na Fundação RioPlan, da qual se desmembrou em 1998. Criada em 1979 e convertida posteriormente em Empresa Municipal de Informática e Planejamento, a IplanRio conduzia projetos urbanísticos e a produção de estatísticas gerenciais, além de ser responsável pela base cartográfica do Rio de Janeiro.[120]
- Instituto de Previdência e Assistência do Município do Rio de Janeiro: autarquia voltada ao gerenciamento do Regime Próprio de Previdência do Município - Fundo Especial de Previdência do Município do Rio de Janeiro (FUNPREVI) - e à concessão de benefícios assistenciais e prestação de serviços a seus segurados.
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