FLORIANO PEIXOTO

Floriano Vieira Peixoto (Maceió30 de abril de 1839 — Barra Mansa29 de junho de 1895[1]) foi um militar e políticobrasileiro. Primeiro vice-presidente e segundo presidente do Brasil, presidiu o Brasil de 23 de novembro de 1891 a 15 de novembro de 1894, no período da República Velha. Foi denominado "Marechal de Ferro"[2] e "Consolidador da República"



Floriano Vieira Peixoto Exército Brasileiro
2º presidente do Brasil Brasil
Mandato23 de novembro de 1891
15 de novembro de 1894
Vice-presidentenenhum
Antecessor(a)Deodoro da Fonseca
Sucessor(a)Prudente de Moraes
Vice-presidente do Brasil Brasil
Mandato26 de fevereiro de 1891
23 de novembro de 1891
Antecessor(a)Cargo inexistente
Sucessor(a)Manuel Vitorino Pereira
Ministro da Guerra do Brasil Brasil
Mandato19 de abril de 1890
22 de janeiro de 1891
Antecessor(a)Eduardo Wandenkolk
Sucessor(a)Antônio Nicolau Falcão da Frota
Presidente da província de Mato Grosso Mato Grosso
Mandato15 de novembro de 1884
15 de novembro de 1885
Antecessor(a)Manuel de Almeida Lobo d'Eça
Sucessor(a)José Joaquim Ramos Ferreira
Vida
Nascimento30 de abril de 1839
Vila de IpiocaAlagoas
Falecimento29 de maio de 1895 (56 anos)
Barra MansaRio de Janeiro
ProfissãoMilitar
Serviço militar
Serviço/ramoExército
Anos de serviço1861-1889
GraduaçãoMarechal
Batalhas/guerrasGuerra do Paraguai



Origem e carreira político-militar

Floriano Peixoto em 1881.
Nascido em Ipioca, distrito da cidade de Maceió (Alagoas) numa família pobre de recursos, mas ilustre e ativa na política: seu avô materno, Inácio Accioli de Vasconcellos, foi revolucionário em 1817. Foi criado pelo padrinho e tio, coronel José Vieira de Araújo Peixoto. Floriano Vieira Peixoto foi matriculado numa escola primária em Maceió (Alagoas) e aos dezesseis anos foi para o Rio de Janeiro, matriculado noColégio São Pedro de Alcântara.
Assentado praça em 1857, ingressou na Escola Militar em 1861. Em 1863 recebeu a patente de primeiro-tenente, seguindo sua carreira militar. Floriano era formado em Ciências Físicas e Matemáticas.
Floriano ocupava posições inferiores no exército até a Guerra do Paraguai, quando chegou ao posto de tenente-coronel. Ingressou na política como presidente da província de Mato Grosso, passando alguns anos como ajudante-geral do exército.
No dia da Proclamação da República, encarregado da segurança do ministério doVisconde de Ouro Preto, Floriano se recusou a atacar os revoltosos e assim se justificou sua insubordinação, respondendo ao Visconde de Ouro Preto:
Cquote1.svgSim, mas lá (no Paraguai) tínhamos em frente inimigos e aqui somos todos brasileiros!Cquote2.svg
— Floriano Peixoto[4]
Em seguida, aderindo ao movimento republicano, Floriano Peixoto deu voz de prisão ao chefe de governo, Visconde de Ouro Preto.
Após a Proclamação da Pepública, assumiu a vice-presidência de Deodoro da Fonseca durante o Governo Provisório, sendo depois eleito vice-presidente constitucional e assumiu a presidência da república em 23 de novembro de 1891, com a renúncia do marechal Deodoro.

[editar]Presidência da República

Seu governo teve grande oposição de setores conservadores, como a publicação do Manifesto dos 13 generais. A alcunha de "Marechal de Ferro" devia-se à sua atuação enérgica e ditatorial, pois agiu com determinação ao debelar as sucessivas rebeliões que marcaram os primeiros anos da república do Brasil. Recebeu também o título de "Consolidador da República".
Marechal Floriano Peixoto, c. 1891.
Entre as revoltas ocorridas durante seu período, destacam-se duas Revoltas da Armada no Rio de Janeiro, chefiadas pelo almirante Saldanha da Gama, e aRevolução Federalista no Rio Grande do Sul. A vitória de Floriano sobre essa segunda revolta gerou a ainda controversa mudança de nome da cidade de Nossa Senhora de Desterro, para Florianópolis ("Cidade Floriana") em Santa Catarina.
Em seu governo determinou a reabertura do Congresso e, entre outras medidas econômicas em decorrência dos efeitos causados pela crise financeira gerada pelo estouro da bolha financeira do Encilhamento, o controle sobre o preço dos gêneros alimentícios de primeira necessidade e os aluguéis.
Apesar da constituição versar no art. 4 novas eleições quando o presidente renunciasse antes de dois anos, Floriano permaneceu em seu cargo, alegando que a própria constituição abria uma exceção, ao determinar que a exigência só se aplicava a presidentes eleitos diretamente pelo povo, assumindo assim o papel de consolidador da República.
Entre o final de 1891 e 15 de novembro de 1894, o governo de Floriano Peixoto foi inconstitucional, pois estava a presidência da República sendo exercida pelo vice-presidente sem que tivessem acontecido novas eleições presidenciais, como exigia a constituição.
Floriano Peixoto entregou o poder em 15 de novembro de 1894 a Prudente de Morais, falecendo um ano depois, em sua fazenda. Deixou um testamento político, no qual diz que "Consolidador da República" foram, na verdade, as diversas forças que fizeram a república.

[editar]Início da ditadura

Sua face em uma moeda de 2000 réis de 1939.
Consta que Floriano Peixoto lançou uma ditadura de salvação nacional. Seu governo era de orientação nacionalista e centralizadora. Demitiu todos os governadores que apoiaram Deodoro da Fonseca. Na chamada Segunda Revolta da Armada agiu de forma contundente vencendo-a de maneira implacável, ao contrário de Deodoro.

[editar]A segunda Revolta da Armada

Floriano Peixoto e a Revolta da Armadanuma ilustração de Angelo Agostini.
Aconteceu em 1893, desta vez contra o presidente, marechal Floriano Peixoto. Esta também foi chefiada pelo almirante Custódio de Melo, depois substituído pelo almirante Saldanha da Gama. Floriano não cedeu às ameaças; assim, o almirante ordena o bombardeio da capital brasileira. No ano seguinte Floriano e o exército brasileiro obtiveram apoio da marinha de guerra norte-americana no rompimento do bloqueio naval imposto pela marinha brasileira. Assim, o movimento desencadeado pela marinha de guerra brasileira no Rio de Janeiro terminou em 1894, com a derrota e fuga dos revoltosos para Buenos Aires.

[editar]Marechal de Ferro

Floriano Peixoto, em seus três anos de governo como presidente, enfrentou a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, iniciada em fevereiro de 1893. Ao atacá-la, apoiou Júlio Prates de Castilhos. O apelido de "Marechal de Ferro" se popularizou devido à força com que o presidente suprimiu essa revolta e a Segunda Revolta da Armada, na cidade de Desterro (atual Florianópolis).
culto à personalidade de Floriano – o florianismo – foi o precursor dos demais "ismos" da política do Brasil: o getulismo, oademarismo, o janismo, o brizolismo, o malufismo e o lulismo.

[editar]Representações na cultura

Floriano Peixoto já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por Cláudio Cavalcanti na minissérie "República" (1989) e Othon Bastos no filme "Policarpo Quaresma, Herói do Brasil" (1998). Também teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 100 (cem cruzeiros) colocadas em circulação no Brasil entre 1970 e 1980.
A cidade de Desterro foi renomeada para fazer uma homenagem a Floriano Peixoto, virando Florianópolis.

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