Era dos Descobrimentos- Parte 1


Era dos Descobrimentos

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O "Theatrum Orbis Terrarum" ("Teatro do Globo Terrestre") de Abraham Ortelius, publicado em 1570 em Antuérpia, considerado o primeiro atlasmoderno, resultado das intensas explorações marítimas. Teve 31 edições , em 7 idiomas diferentes: Latimholandês (1571), alemão (1572), francês (1572),castelhano (1588), inglês (1606) e italiano (1608)
Era dos descobrimentos (ou das Grandes Navegações) é a designação dada ao período da história que decorreu entre o século XV e o início doséculo XVII, durante o qual os europeus exploraram intensivamente o globo terrestre em busca de novas rotas de comércio. Os historiadores geralmente referem-se à "era dos descobrimentos" como as explorações marítimas pioneiras realizadas por portugueses e espanhóis entre os séculos XV e XVI,[1][2]que estabeleceram relações com ÁfricaAméricas e Ásia, em busca de uma rota alternativa para as "Índias", movidos pelo comércio de ouro, prata eespeciarias. Estas explorações no Atlântico e Índico foram seguidas pelos países do norte da Europa, FrançaInglaterra e Holanda, que exploraram as rotas comerciais portuguesas e espanholas até ao Oceano Pacífico, chegando à Austrália em 1606 e à Nova Zelândia em 1642. A exploração europeia perdurou até realizar o mapeamento global do mundo, resultando numa nova mundivisão e no contacto entre civilizações distantes, alcançando as fronteiras mais remotas muito mais tarde, já no século XX.
A era dos descobrimentos marcou a passagem do feudalismo da Idade Média para a Idade Moderna, com a ascensão dos estados-nação europeus. Durante este processo, os europeus encontraram e documentaram povos e terras nunca antes vistas. Juntamente com o Renascimento e a ascensão dohumanismo, foi um importante motor para o início da modernidade, estimulando a pesquisa científica e intelectual. A expansão europeia no exterior levou ao surgimento dos impérios coloniais, com o contacto entre o Velho e o Novo Mundo a produzir o chamado "intercâmbio colombiano" (Columbian Exchange), que envolveu a transferência de plantas, animais, alimentos e populações humanas (incluindo os escravos), doenças transmissíveis e culturas entre oshemisfério ocidental e oriental, num dos mais significativos eventos globais da ecologia, agricultura e cultura da história.

Índice

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[editar]Antecedentes (1241-1439)

As importantes rotas comerciais daseda e das especiarias, bloqueadas pelo Império otomano em 1453 com aqueda de Constantinopla o que motivou a procura de um caminho marítimo pelo Atlântico, contornandoÁfrica.
Viagens de Marco Polo (1271-1295)
Os europeus tinham conhecimentos remotos sobre o continente Asiático, vindos de relatos parciais, muitas das vezes obscurecidos por lendas, ainda dos tempos das explorações deAlexandre o Grande e dos seus sucessores. Outra fonte eram relatos árabes do tempo da ocupação cristã da Palestina e dos reinos cristãos da altura das cruzadas. Pouco era conhecido para lá da Anatólia e do Mar Cáspio, regiões bárbaras nos limites, sítios dos últimos cristãos "civilizados". O continente africano era conhecido parcialmente, não se conhecendo o seu limite a Sul, ou sequer se haveria esse limite, existindo apenas relatos de grandes reinos africanos para lá do Sahara, sendo o conhecimento real dos europeus das costas mediterrânicas e pouco mais, já que o bloqueio árabe não permitia explorações mais aprofundadas, senão o dos contactos com os escravos negros vendidos na Europa. O conhecimento das costas africanas atlânticas era remoto e provinha essencialmente de mapas antigos e de relatos de um tempo estranho e distante em que os romanos chegaram a explorar a Mauritânia. Do Mar Vermelho, sabia-se da sua existência e pouco mais, sendo que só com o desenvolvimento dos laços comerciais das repúblicas marítimas italianas, Génova e Veneza principalmente, se começou a verdadeira exploração dessa zona.

[editar]Viagens medievais por terra

O prelúdio para a Era dos Descobrimentos foi uma série de expedições que atravessaram Eurásia por terra na Baixa Idade Média.[3] Embora os mongóis tivessem ameaçado a Europa com a pilhagem e destruição, os estados mongóis também unificaram grande parte da Eurásia. A partir de 1206, a Pax Mongolica permitiu criar rotas comerciais e vias de comunicação que se estendiam desde o Médio Oriente até à China.[4] Uma série de europeus aproveitaram para explorar o Oriente. Estes eram maioritariamente italianos, pois o comércio entre a Europa e o Médio Oriente era então quase totalmente controlado por comerciantes das Repúblicas marítimas - GénovaVeneza e Ragusa. A estreita relação dos italianos com o Levante suscitou uma grande curiosidade e interesse comercial sobre os países situados a oriente.
O primeiro desses viajantes foi Giovanni da Pian del Carpine, que viajou para a Mongólia e de volta entre 1241-1247.[4] O viajante mais famoso, porém, foi o veneziano Marco Pólo que na sua obra "As Viagens" relatou as suas viagens em toda a Ásia entre 1271-1295, descrevendo ter sido um convidado da Dinastia Yuan na corte de Kublai Khan. A sua obra foi lida por toda a Europa e tornou-se num dos grandes mananciais de informação na época. De 1325-1354, um estudioso marroquino de TângerIbn Battuta, viajou do Norte de África ao Sul da Europa, Médio Oriente e Ásia, tendo chegado à China. Após regressar, ditou o relato destas viagens a um estudioso que conhecera em Granada, a Rihla, ( "A viagem"),[5] única e então pouco divulgada fonte de informação sobre suas aventuras. Em 1439Niccolò Da Conti publicou um relato das suas viagens à Índia e ao Sudeste Asiático.
Estas viagens tiveram contudo pouco efeito imediato: o Império Mongol desmoronou-se quase tão rápido como se formara fazendo com que as rotas para o Oriente se tornassem muito mais difíceis e perigosas. A epidemia de peste negra do século XIV também bloqueou as viagens e o comércio.[6] e a ascensão da agressiva e expansionista do Império Otomano, que em 1453 viria a tomar Constantinopla, limitou ainda mais as rotas terrestres para a Ásia.

[editar]Missões chinesas

Mapa "Mao Kun", que se acredita baseado nas viagens de Zheng He, com direcções de navegação entre portos do Sudeste Asiático e até Malindi, 1628
Em 1368, destronada a dinastia Yuan, os Mongóis perderam grande parte da China para a rebelde dinastia Ming. Os chineses tinham estabelecido uma vasta rede de relações comerciais na Ásia, Arábia, África Oriental e Egipto desde a dinastia Tang (618-907 dC). Entre 1405 e 1421 o terceiro imperador Ming, Yongle, patrocinou uma série de missões tributárias de longo curso no Oceano Índico sob o comando do almirante Zheng He (Cheng Ho).[7]
Para estas expedições diplomáticas internacionais foi preparada uma grande frota de novos juncos a que os chineses chamavam ba chuan (navios do tesouro). O maior destes navios pode ter medido até 121 metros (400 pés) da proa à popa, com milhares de marinheiros envolvidos nas viagens. A primeira expedição partiu em 1405. Pelo menos sete expedições estão bem documentadas, cada uma maior e mais cara do que a anterior. As frotas visitaram a ArábiaÁfrica OrientalÍndiaArquipélago Malaio e Sião (actual Tailândia), trocando mercadorias pelo caminho.[8] Presenteavam ouro, prata, porcelana e seda, em contrapartida recebiam novidades, como avestruzes, zebras, camelos, marfim e girafas.[9][10] Após a morte do imperador, Zheng He liderou uma viagem final, partindo de Nanking em 1431 e retornando em glória a Pequim, em 1433. É muito provável que esta última expedição tenha chegado a Madagáscar. As viagens foram relatados por Ma Huan, um viajante e tradutor muçulmano que acompanhou Zheng He em três das expedições, no relato "Ying-Yai Sheng-Lam" (Relatório Geral das Costas Oceânicas) de 1433.[11]
Estas longas viagens não tiveram seguimento, pois a dinastia Ming recolheu-se numa política de isolacionismo, limitando o comércio marítimo. As viagens terminaram abruptamente após a morte do imperador, com os chineses a perderem o interesse pelo que chamavam "as terras bárbaras":[12] o imperador Hongxi terminou futuras expedições e o imperador Xuande eliminou muitas das informações sobre as viagens de Zheng He.

[editar]Exploração marítima no Atlântico

Rotas comerciais Genovesas(vermelho) e Venezianas (verde) noMediterrâneo e no Mar Negro
Do século VII ao século XV, a República de Veneza e vizinhas repúblicas marítimas detiveram o monopólio do comércio europeu com o Médio Oriente. O comércio de seda e de especiarias, envolvendo incensos, ervas, drogas e ópio, tornou estas cidades-estado do Mediterrâneo fenomenalmente ricas.
As especiarias estavam entre os mais caros e procurados produtos da Idade Média: eram usadas na medicina[13] que enfrentava guerras e epidemias constantes, em rituais religiosos, como cosméticos, na perfumaria, bem como aditivos alimentares e conservantes [14]. Eram todas importadas da Ásia e de África: comerciantes muçulmanos descendentes de navegadoresárabes iemenitas e omanis dominavam as rotas no Oceano Índico, batendo as regiões de origem no Extremo Oriente e transportando-as para empórios comerciais na Índia, como Calecute, e daí para oeste, por Ormuz no Golfo Pérsico, e Jidá no Mar Vermelho. Daí, por rotas terrestres, eram transportadas para as costas mediterrânicas. Mercadores venezianos faziam a distribuição pela Europa até a ascensão do Império Otomano, que viria a tomar Constantinopla em 1453, barrando aos europeus importantes rotas combinadas marítimas e terrestres, elevando o preço dos produtos para valores astronómicos.
Forçados a reduzir as suas actividades no Mar Negro, e em guerra com Veneza, os mercadores da República de Génova, voltaram-se para o comércio norte Africano de trigoazeite(valorizado também como fonte de energia) e na busca de prata e ouro. Os europeus tinham um défice constante de metais preciosos[15], pois a moeda seguia um caminho: saía da europa para pagar o comércio oriental de que agora estavam cortados. As minas europeias estavam esgotadas[16], e a falta de moeda levou ao desenvolvimento de um sistema bancário complexo para gerenciar os riscos envolvidos no comércio.[17] Navegando entre o norte de África e os portos de Bruges (Flandres) e Inglaterra, genoveses e florentinos estabeleceram então comunidades em Portugal, que beneficiou da iniciativa empresarial e experiência financeira destes rivais da República de Veneza.
Em 1297, com a Reconquista concluída, o rei de Portugal D.Dinis interessara-se pelo comércio externo, organizando a exportação para países europeus. Em 1317, fez um acordo com o navegador e mercador genovês Manuel Pessanha (Pesagno), nomeando-o primeiro almirante da frota real, com o objetivo de defender as costas do país contra ataques de pirataria (muçulmana).[18] Na segunda metade do século XIV, surtos de peste bubónica levaram a um grave despovoamento. Só o mar oferecia alternativas, com a maioria da população fixada nas zonas costeiras de pesca e comércio.[19] Entre 1325-1357 D. Afonso IV de Portugal ordenou as primeiras explorações marítimas, com apoio de genoveses. Em 1341, as ilhas Canárias, já conhecidas dos genoveses, foram oficialmente descobertas sob o patrocínio do rei Português.[20]

[editar]Primeiras expedições portuguesas do Atlântico (1419-1460)

Rotas trans-Saharianas de comércio circa 1400
Em 1415Ceuta foi ocupada pelos portugueses visando o controlo da navegação na costa norte Africana, evento geralmente convencionado como o início da expansão portuguesa. O jovem príncipe infante D. Henrique, que participou na conquista, tomou aí conhecimento das possibilidades de lucro das rotas comerciais trans-Saharianas. Durante séculos, rotas de escravos e do comércio de ouro ligavam a África Ocidental ao Mediterrâneo atravessando o deserto do Saara, controladas por poderes muçulmanos hostis do Norte de África. O infante D. Henrique propôs-se então saber até onde os territórios muçulmanos se estendiam, na esperança de ultrapassá-los e negociar directamente por mar, encontrar aliados nas terras cristãs que se imaginavam existir para o sul,[21] como lendáro Preste João[22][23] e sondar se seria possível chegar às Índias, origem do lucrativo comércio de especiarias. Investiu então o seu património pessoal no patrocínio de viagens exploratórias na costa da Mauritânia, reunindo um grupo de comerciantes, armadores e interessados em novas rotas marítimas.
Viagem de Bartolomeu Dias (1487–88)
Em 1418, deu-se o redescobrimento da ilha do Porto Santo por João Gonçalves Zarco e mais tarde da ilha da Madeira por Tristão Vaz Teixeira. Os arquipélagos da Madeira e das Canáriasdespertaram, desde cedo, o interesse tanto dos Portugueses como dos Castelhanos; por serem vizinhos da costa africana, representavam fortes potencialidades económicas e estratégicas. Em 1427 Diogo de Silves atinge o arquipélago dos Açores.
Desde 1422 navegações sucessivas ao longo da costa africana sucederam a ultrapassar o Cabo Não, o limite sul considerado intransponível por europeus e árabes. Em 1434, Gil Eanescontornou o Cabo Bojador, dissipando o terror que este promontório inspirava. No ano seguinte, navegando com Afonso Gonçalves Baldaia descobriram Angra de Ruivos e este último chegou ao Rio de Ouro, no Saara Ocidental. Entretanto, após a derrota portuguesa de Tânger em 1437, os portugueses adiaram o projecto de conquistar Marrocos no Norte de África. Em 1441, Nuno Tristão chegou ao Cabo Branco. Juntamente com Antão Gonçalves, fizeram incursões ao Rio do Ouro. A partir de então ficou generalizada a convicção de que essa área da costa africana poderia, independentemente de novos avanços, sustentar uma actividade comercial.
Em 1453 dá-se a queda de Constantinopla, tomada pelos Otomanos, num golpe para o cristianismo e para as relações comerciais estabelecidas. Em 1455 é emitida a bula Romanus Pontifex[24] pelo Papa Nicolau V reforçando a anterior Dum Diversas de 1452, declarando que as terras e mares descobertos além do Cabo Bojador são pertença dos reis de Portugal, autorizando o comércio e as conquistas contra muçulmanos e pagãos, iniciando a política de mare clausum no Atlântico.
Em 1456 Diogo Gomes atingiu o arquipélago de Cabo Verde. Na década seguinte vários capitães no serviço do Infante D. Henrique - como o genovês António da Noli e o veneziano Alvise Cadamosto - descobrem as restantes ilhas e segue-se o povoamento ainda no século XV. O Golfo da Guiné seria atingido nos anos 1460's.

[editar]Explorações após o Infante D. Henrique (1460-1488)

Réplica de caravela, utilizada a partir de meados do século XV na exploração oceânica
Em 1460 Pêro de Sintra atingiu a Serra Leoa. Em Novembro desse ano faleceu o infante D. Henrique e, em 1469, dadas as poucas receitas da exploração, Afonso V, Rei de Portugal concedeu o monopólio do comércio no Golfo da Guiné ao mercador lisboeta Fernão Gomes, contra uma renda anual de 200.000 réis.[25] Segundo João de Barros, ficava aquele "honrado cidadão de Lisboa" com a obrigação de continuar as explorações, pois o exclusivo do comércio era garantido com "condição que em cada um destes cinco anos fosse obrigado a descobrir pela costa em diante cem léguas, de maneira que ao cabo do seu arrendamento desse quinhentas léguas descobertas"[26]».
Este avanço, do qual não há grandes pormenores, terá começado a partir da Serra Leoa, onde já haviam chegado Pêro de Sintra e Soeiro da Costa. Com a colaboração de navegadores como João de SantarémPedro EscobarLopo GonçalvesFernão do Pó e Pedro de Sintra, Fernão Gomes fê-lo mesmo para além do contratado: com o seu patrocínio, os portugueses chegaram ao Cabo de Santa Catarina, já no Hemisfério Sul. João de Santarém e Pêro Escobar exploraram a costa setentrional do Golfo da Guiné, atingindo a "mina de ouro" de Sama(actualmente Sama Bay), a costa da Mina, a de Benin, a do Calabar e a do Gabão e as ilhas de São Tomé e Príncipe e de Ano Bom. Quando as expedições chegaram a Elmina na Costa do Ouro em 1471,[27] encontraram um florescente comércio local de ouro de aluvião.
Em 1474, D. Afonso V entregou ao seu filho, o príncipe D. João, futuro D. João II, a organização das explorações por terras africanas, que assim passaram da iniciativa privada para a coroa. Este fez o reconhecimento de toda a costa até à região do Padrão de Santo Agostinho. Em 1483, Diogo Cão chegou ao rio Zaire e dois anos depois, numa segunda viagem, até àSerra Parda. Em 1487, D. João II enviou Afonso de Paiva e Pêro da Covilhã por terra em busca do Preste João e de informações sobre a navegação e comércio no Oceano Índico. Nesse mesmo ano, Bartolomeu Dias, comandando uma expedição com três caravelas, atingiu o Cabo da Boa Esperança. Estabelecia-se assim a ligação náutica entre o Atlântico e o Oceano Índico. O projecto para o caminho marítimo para a Índia foi delineado por D. João II como medida de redução dos custos nas trocas comerciais com a Ásia e tentativa de monopolizar o comércio das especiarias. A juntar à cada vez mais sólida presença marítima portuguesa, D. João almejava o domínio das rotas comerciais e expansão do reino de Portugal que já se transformava em Império. Porém, o empreendimento não seria realizado durante o seu reinado. Seria o seu sucessor, D. Manuel I que iria designar Vasco da Gama para esta expedição, embora mantendo o plano original.

[editar]Colombo chega às "Indias Ocidentais" (1492)

As quatro viagens de Cristovão Colombo 1492-1503
reino de Castela (percursor de Espanha) rival de Portugal, foi um pouco mais lento a começar a explorar o Atlântico. Apenas no final do século XV, após a unificação das coroas de Castela e Aragão e uma vez concluída a reconquista, os espanhóis se mostraram empenhados na procura de novas rotas comerciais e na expansão. A coroa de Aragão fora um potentado marítimo do Mediterrâneo, controlando territórios no leste da Espanha, sudoeste da França e ilhas principais como MaiorcaSicília e Malta, o Reino de Nápoles e a Sardenha, em domínios que se estendiam até a Grécia. Em 1492, os reis católicos conquistaram o reino mouro de Granada que vinha fornecendo mercadorias africanas através de tributo a Castela, e decidiram financiar a expedição do genovês Cristovão Colombo - que por duas vezes, em 1485 e 1488, se apresentara ao rei D. João II de Portugal, sem sucesso - "na esperança de desviar o comércio de Portugal com África e daí com o Oceano Índico, chegando à Ásia viajando para oeste."[28]
Navegando para a coroa espanhola, Cristóvão Colombo partiu de Palos de la Frontera em 3 de agosto de 1492, com três pequenas embarcações: a nau Santa Maria e as caravelas Niña ePinta. A 12 de outubro de 1492, Cristóvão Colombo chegou ao que chamou as "Índias ocidentais", um ilhéu das Bahamas a que deu o nome de São Salvador. Continuando a navegar acostou em Cuba (segundo os próprios cubanos[29] o nome é derivado da palavra Taíno, "cubanacán", significando "um lugar central") e chegou ao Haiti a que deu o nome de Hispaniola. Supondo de ter chegado à Índia deixou uma pequena colônia e regressou à Europa. Na segunda viagem em 1493, avistou as Antilhas e abordou a Martinica. Rumou depois para o norte e alcançou Porto Rico. Foi a Hispaniola, onde a pequena colônia tinha sido arrasada pelos indígenas. Tendo ali deixado outro contingente de homens, navegou para o ocidente e chegou à Jamaica. Nessa viagem fundou Isabela, atual Santo Domingo, na República Dominicana, a primeira povoação europeia no continente americano.
Replicas das caravelas NiñaPinta e da nau Santa María (centro) em Palos de la Frontera, Espanha
Os espanhóis ficaram inicialmente decepcionados com as suas descobertas - ao contrário de África ou da Ásia, as ilhas do Caribe pouco comércio permitiam. As ilhas tornaram-se assim o foco de esforços de colonização. Só mais tarde, quando o interior do continente foi explorado, é que que a Espanha encontraria a riqueza que tinha procurado na forma de prata e ouro abundante.
Nas Américas, os espanhóis encontraram uma série de impérios tão grandes e populosos como os da Europa. No entanto, pequenos corpos dos conquistadores espanhóis com grandes exércitos de ameríndios, conseguiu vencer estes estados. Os mais notáveis dos estados conquistados foram o império asteca no México (conquistado em 1521) e o império inca no Peru(conquistado em 1532). Durante este tempo, as pandemias de doenças como a varíola Europeia devastaram as populações indígenas. Uma vez a soberania espanhola estabelecida, a exploração centrou-se na extração e exportação de ouro e prata.

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