Voo Air France 447- Parte 1


Voo Air France 447

F-GZCP, a aeronave envolvida no acidente
Sumário
Data1 de junho de 2009 (2 anos)
CausaQueda do aparelho por causa desconhecida
LocalOceano Atlântico, perto doarquipélago de São Pedro e São Paulo
Coordenadas3° 03′ N 30° 33′ W
OrigemAeroporto Internacional do Rio de Janeiro/GaleãoRio de Janeiro
DestinoAeroporto Internacional de Paris-Charles de GaulleParis
Passageiros216
Tripulantes12
Mortos228[1]
Sobreviventes0
Aeronave
ModeloAirbus A330-200
OperadorFrança Air France
PrefixoF-GZCP, n/c 660
Primeiro voo25 de fevereiro de 2005[2]

Voo Air France 447 foi um voo regular de longo curso operado pela companhia francesa Air France entre Rio de Janeiro e Paris. Tornou-se conhecido pelo acidente aéreoocorrido durante o voo da noite de 31 de maio para 1 de junho de 2009, efectuado pelo Airbus A330-203, quando a aeronave despenhou-se no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo (216 passageiros e 12 tripulantes).
O avião, um Airbus A330-203, de matrícula F-GZCP, partiu do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro-Galeão a 31 de maio de 2009, às 19h03min locais (22h03 UTC), e deveria chegar ao Aeroporto de Paris-Charles de Gaulle aproximadamente 11 horas depois. O último contato humano com a tripulação foram mensagens de rotina enviadas aos controladores de terra brasileiros 3 horas e 30 minutos após o início do voo, quando o avião se aproximava do limite de vigilância dos radares brasileiros, cruzando o Oceano Atlântico en route, seguindo para a costa senegalesa, na África Ocidental, onde voltaria a ser coberto por radares. Quarenta minutos mais tarde, uma série de mensagens automáticas emitidas pelo ACARS (Acrônimo de Aircraft Communications Addressing and Reporting System, ou Sistema Digirido de Comunicação e Informação Aeronáutica, em português) foram enviadas pelo avião, indicando problemas elétricos e de perda da pressurização de cabine na aeronave, sem que houvesse outras indicações de problemas.
Após ter falhada a esperada aparição nos radares senegaleses e não ter sido possível o contato com o controle de tráfego aéreo de ambos os lados do Oceano Atlântico, teve início uma busca pelo avião. Posteriormente a aeronave foi dada como perdida, tomando como base suas reservas de combustível e o tempo decorrido.[3]
Em 2 de junho foram reportadas observações aéreas e marítimas de destroços no oceano, perto da última localização conhecida do aparelho.[4] À medida que as buscas continuaram, a França enviou o navio de pesquisa Pourquoi Pas ?, equipado com dois mini-submarinos capazes de realizar buscas a uma profundidade de 4.700 m. O Brasil enviou cinco navios para o local, dentre os quais um navio-tanque para prolongar as buscas na área. O porta voz da marinha brasileira afirmou que a existência de destroços pode ser um indício de que há sobreviventes.
Na tarde de 2 de junho o ministro da defesa do BrasilNelson Jobim, confirmou a queda do avião no Oceano Atlântico, na área onde foram avistados os destroços. Na noite do mesmo dia o presidente brasileiro em exercício, José Alencar, tendo em vista a localização do acidente em alto-mar, decretou luto nacional por três dias, em memória às vítimas da tragédia. A 3 de junho o Estado Maior do Exército francês confirmou que os destroços encontrados se tratam do Airbus desaparecido.
Em 3 de abril de 2011, a BEA anunciou que, após novas buscas no oceano, localizou e que iria recolher diversos destroços.[5] Também foi anunciado que corpos foram vistos entre os destroços.[6]
A investigação inicial do acidente foi muito prejudicada pela falta de testemunhas e rastreamento de radares, assim como pela falta das caixas pretas, as quais foram localizadas apenas dois anos após o acidente, em maio de 2011.

Índice

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[editar]Incidente

No dia 31 de maio de 2009, às 19h3min (horário de Brasília), partiu do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão, no bairro Galeão, localizado na Ilha do Governador[7]12 tripulantes e 216 passageiros, incluindo um bebê, sete crianças, 82 mulheres e 126 homens. O voo deveria pousar às 11h10min locais — 6h10min no horário de Brasília — no Aeroporto Internacional de Paris-Charles de Gaulle, em Paris.
Plano do voo AF 447, que se dirigia para nordeste. A linha vermelha mostra a rota real. O tracejado indica a rota planejada a partir da última posição captada pelo radar (tempo em UTC).
Rio de Janeiro
22h03, 31 de maio
Fernando de Noronha
1h33, 1 de junho
Última transmissão
2h14, 1 de junho
Paris
Esperado 9h10, 1 de junho
AF 447 path-notext.svg
Plano do voo AF 447, que se dirigia para nordeste. A linha vermelha mostra a rota real. O tracejado indica a rota planejada a partir da última posição captada pelo radar (tempo em UTC).
O último contato verbal foi à 1h33min UTC de 1 de junho, segunda-feira, ao aproximar-se do waypoint INTOL (1° 21′ S 32° 49′ W), a 565 km da cidade de Natal. A tripulação informou que esperava entrar em 50 minutos no espaço aéreo controlado pelo Senegal, no waypoint TASIL (4° 0′ N 29° 59′ W), e que o avião voava normalmente a uma altitude de 10.670 m (35.000 pés) e a uma velocidade de 840 km/h.[8][9]
O avião deixou a área de cobertura do Centro de Controle Aéreo (ACC) Atlântico à 1h48min UTC. O desaparecimento se deu após a saída da zona de cobertura pelo radar brasileiro e alguns minutos antes da entrada no espaço aéreo sob controle do ACC Dakar, o que deveria ter ocorrido às 2h20min GMT. O último contato com o avião foi quatro horas após a partida, às 2h14min UTC,[8]a cerca de 100 km do waypoint TASIL e a cerca de 1.228 km de Natal,[10] quando cerca de dez mensagens automáticas ACARS indicaram falhas em vários sistemas elétricos e um possível problema depressurização,.[9][11][12] A troca de mensagens automática durou cerca de quatro minutos.[13] Na altura o avião atravessava uma área com formações meteorológicas pesadas.[8]
Quando isto ocorreu, a localização provável do avião era a cerca de 100 km do waypoint TASIL, assumindo que o voo decorria conforme planejado. Fontes da Air France anunciaram que as mensagens de falhas nos sistemas começaram a chegar às 2h10min UTC, indicando que o piloto automático tinha sido desativado. Entre as 2h11min UTC e as 2h13min UTC chegaram várias mensagens referentes a falhas na Air Data Inertial Reference Unit (ADIRU) (fornecendo informação de posição e navegação) e no Integrated Standby Instrument System (ISIS) (um sistema secundário que fornece altitude, velocidade, Mach, altitude e velocidade vertical), e às 2h13min UTC foram indicadas falhas no Flight Control Primary Computer (PRIM 1) e no Spoiler Elevator Control (SEC 1), e às 2h14min UTC chegou a última mensagem, um aviso sobre a velocidade vertical de cabine, o que significa que o ar externo penetrou na aeronave, o que pode indicar despressurização ou mesmo que, a essa altura, o A330 já estivesse em queda[14] na localização 3° 34′ N 30° 22′ W.[15]
O voo deveria chegar a Paris às 11h10min CEST, 9h10min UTC.[16]
A 2 de junho foi confirmada pelo ministro da defesa brasileiro Nelson Jobim a queda do aparelho, numa área próxima ao arquipélago de São Pedro e São Paulo, cerca de 270 km a sul/sudeste da última localização conhecida da aeronave[17]

[editar]Buscas iniciais

[editar]Dia 1

Passageiros pedindo informações sobre o voo 447 no guiché da Air France do Aeroporto do Galeão.
Os controladores de tráfego aéreo brasileiros contactaram o controle de tráfego aéreo em Dakar às 2h20 UTC, quando repararam que a aeronave não tinha feito o contato obrigatório, via radio, para assinalar a sua entrada no espaço aéreo senegalês, acima da Zona de Convergência Intertropical.[8]Força Aérea Brasileira deu início a uma operação de busca e resgate a partir do arquipélago brasileiro de Fernando de Noronha, destacando cinco aviões para buscas num trecho delimitado pelo litoral das cidades do RecifeNatal e o arquipélago de Fernando de Noronha.[18] Aviões de reconhecimento franceses foram também destacados para o local, incluindo um de Dakar..[19] A base de apoio às buscas funciona na Base Aérea de Natal em Natal[20] e no Aeroporto de Fernando de Noronha com as buscas coordenadas a partir do Cindacta 3 na cidade do Recife.[21] O assessor de imprensa da Aeronáutica, coronel Henry Munhoz, disse à TV brasileira que o radar de Cabo Verde não havia captado o sinal do avião sobre o Oceano Atlântico.[22] A Marinha Brasileira deslocou também três embarcações, sendo o navio-patrulha Grajaú, a fragata Constituição e a corveta Caboclo para auxílio nas buscas..[18]No fim da manhã, o voo AF447 foi retirado da lista de voos do site dos Aeroportos de Paris.[23]
O diretor executivo da Air France, Pierre-Henri Gourgeon, disse numa conferência de imprensa: "Estamos provavelmente em presença de uma catástrofe aérea." Um porta voz da Air France especulou a aeronave poderia ter sido atingida por um raio,[24] embora esta seja uma rara causa de acidentes com aeronaves.[25][26] Dois jatos da companhia aéreaLufthansa passaram por essa área, antes e depois do desaparecimento, o que coloca dúvidas acerca de um raio ter sido a causa.[27]
Coronel Jorge Amaral fala sobre as buscas pelo Airbus 330 da Air France.
O ministro do ambiente francês Jean-Louis Borloo declarou que "nesta altura já terá ultrapassado o limite das suas reservas de querosene" e "Temos de vislumbrar agora o mais trágico dos cenários". Fontes do aeroporto Paris-Charles-De-Gaulle citadas pela revista francesaL'Express afirmaram que "não há esperança de que haja sobreviventes."[28][29][30]
O governo do Senegal comunicou na tarde de 1 de junho que teria localizado destroços que flutuavam nas suas águas territoriais, mas não confirmou se pertenciam ao avião desaparecido. A Aeronáutica informou que após o escurecer será realizada uma busca eletrônica com vista a tentar captar a emissão de sinal do equipamento de emergência da aeronave (ELS).[31]
No início da noite de segunda-feira, o vice-chefe do Centro de Comunicação da Aeronáutica brasileira, Jorge Amaral, confirmou que um piloto de um voo comercial da empresa TAM Linhas Aéreas reportou ter visto "pontos laranjas" no meio do Oceano Atlântico, cerca de 30 minutos após o Airbus da Air France ter emitido um informe de pane elétrica, às 2h14 UTC de domingo.[32] No entanto, uma busca efetuada por um navio francês na área assinalada pelo piloto não encontrou nada.[33]

[editar]Dia 2

Na noite de 1 para 2 de junho, um avião radar Embraer R-99B decolado às 22h35 de segunda-feira do arquipélago de Fernando de Noronha detectou por meio de sinais eletrônicos, a cerca de 1h da manhã, objetos metálicos e não metálicos. Na manhã de 2 de junho, uma aeronave C-130 avistou flutuando objetos detectados por radar no Oceano Atlântico que podem ser do Airbus. Na ocasião o radioamador André Sampaio, que auxiliava as comunicações da FAB por meio de sua estação PY0FF em Fernando de Noronha, capta as primeiras informações dos avistamentos pelo rádio em HF. O coronel Jorge Amaral confirma que os objetos foram visualizados em dois pontos distintos, distantes 60 km entre si, a cerca de 650 km a noroeste da Ilha de Fernando de Noronha. Teriam sido vistos uma poltrona, uma boia laranja, um tambor, objetos brancos, além de uma mancha de óleo e querosene. Não foi ainda confirmado se se tratam de partes do avião desaparecido.[34] Devido a estes destroços terem sido localizados, a Marinha do Brasil enviou o navio tanque Gastão Motta e a fragata Bosísio, somando 5 as embarcações deslocadas para o local.[35]O navio-tanque permitirá que os outros navios fiquem na área um mês, se for necessário. Os navios estão equipados com médicos e mergulhadores, que poderão chegar ao avião se estiver submerso perto da superfície. O primeiro navio da frota brasileira deverá chegar ao local pelas 18h de quarta-feira, 3 de junho.[36]
Três navios mercantes, dois holandeses e um francês, que circulavam perto do arquipélago de São Pedro e São Paulo desviaram as suas rotas para auxiliar nas buscas no local onde foram avistados os destroços, mas segundo a Marinha Brasileira ainda não encontraram nenhum vestígio[35] O contra-almirante Domingos Sávio Almeida Nogueira, diretor do Centro de Comunicação Social da Marinha, afirmou que os destroços indicam que podem haver sobreviventes, uma vez que a temperatura da água está alta na região, em torno de 28 a 30 graus. "Sempre há esperança", disse Domingos Sávio aos jornalistas.[36]
Dois navios da Marinha Francesa, o Foudre e o Ventôse, estão a caminho do local onde se suspeita que o avião possa ter caído. Um E-3 Sentry da Força Aérea Francesa decolou às 17h00 CEST, juntando-se aos 2 aviõesAtlantique 2 e a um Falcon 50 da Marinha.[37] O mau tempo está a dificultar as buscas tanto no ar como no mar.[4] Entre os navios enviados ao local também está o navio de pesquisa francês Pourquoi Pas?, equipado com doismini-submarinos capazes de mergulhar até profundidades de 6000 m. A área do Atlântico na qual o avião terá caído tem profundidades da ordem dos 4700 m.[38]
Na tarde de 2 de junho o ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, confirmou que os destroços encontrados durante a madrugada no Oceano Atlântico são do Airbus da Air France. "Os destroços são do avião. Isso não há mais dúvida", afirmou Jobim aos jornalistas. Segundo o ministro, o avião Hércules da Força Aérea Brasileira identificou diversos materiais em uma faixa de 5 km, dentro da área brasileira em torno do arquipélago de São Pedro e São Paulo. "Fios, metais, enfim, elementos que compõem a aeronave", esclareceu. Os objetos encontrados no mar serão recolhidos e embarcados no navio Grajaú da Marinha brasileira, que levará o material para Fernando de Noronha. "Até o momento não foi divisado nenhum corpo, somente destroços", disse Jobim, afirmando também que ainda não é possível determinar se a aeronave explodiu.[17]

[editar]Dia 3

Toda a operação de busca e resgate de destroços e possíveis sobreviventes do voo 447 está a ser feita a partir do (Cindacta 3), em Recife. Trinta militares revezam-se dia e noite no trabalho de planejamento e execução de tarefas, na sala do Salvaero. Segundo a explicação do coronel-aviador Luís Gonzaga Leão Ferreira, comandante do Cindacta 3, "O Salvaero é um órgão do Cindacta que, no contexto da organização, tem por responsabilidade todos esses trabalhos que nós estamos efetuando na busca da aeronave da Air France".
R-99B da FAB fez novo sobrevoo durante a noite de 2 para 3 de junho, na tentativa de localizar mais destroços e possíveis sobreviventes. O comandante do Cindacta 3 afirmou "Nós vamos continuar dando prosseguimento às buscas, uma vez que já temos alguns pontos de localização de objetos e destroços da aeronave. Estamos colocando esses posicionamentos em mapa e isso permitirá que a gente possa ter uma otimização dos trabalhos de busca".[39] Foram encontrados vários objetos espalhados numa área circular de 5 km de raio; um objeto de 7 metros de diâmetro; dez objetos, sendo alguns metálicos; e uma mancha de óleo com extensão de 20 km.[40]
O avião militar dos Estados Unidos que está no Brasil para apoio às buscas por destroços e possíveis sobreviventes do voo 447 partiu na sua primeira missão às 3h da madrugada de quarta-feira, 3 de junho.[41] Com este avião, chega a 11 o número de aeronaves envolvidas nos trabalhos de busca. No dia 3 deverá chegar ainda um avião francês vindo de Dakar, no Senegal, para reforçar o grupo. Segundo os militares, o mais difícil da operação é o tamanho da área de busca. Até o momento, as equipes já cobriram um perímetro de 10 mil km², o que ainda é pouco em relação ao tamanho da área onde são feitas as buscas.[39]
Os destroços que forem sendo recolhidos pela Marinha serão inicialmente levados para Fernando de Noronha, podendo depois ser enviados para o Recife por aeronave, segundo informou o coronel Leão. A caixa-preta não está no foco principal das buscas. Conforme afirmou o mesmo coronel, "Estamos conduzindo o nosso trabalho para levantar a localização dos destroços e de um eventual sobrevivente. A caixa preta é primordial para o processo de investigação, mas não é nossa prioridade no momento".
Na manhã de 3 de junho o porta voz do Estado Maior do Exército francês afirmou que, embora seja preciso fazer "uma confirmação formal" quando os destroços forem resgatados, já não há espaço para dúvidas de que pertencem ao Airbus da Air France desaparecido na segunda-feira passada.[42]
Na madrugada de 3 de junho foram encontrados mais quatro pontos com objetos e materiais metálicos na região onde no dia anterior haviam sido encontradas partes do avião, a uma distância de 90 km da área anteriormente coberta pela Força Aérea Brasileira. Foram detectados vários objetos espalhados em uma área circular com raio de 5 quilômetros, entre eles uma peça de sete metros de diâmetro, ainda não identificada, que poderá ser, segundo o Comando da Aeronáutica, um pedaço da cauda ou lateral do aparelho. Foram ainda encontrados 10 objetos e uma mancha de óleo com extensão de 20 quilômetros, mas ainda não há certeza de que estes destroços pertençam também ao avião acidentado.[43] Até a noite de 3 de junho, uma área de cobertura equivalente a 176 984,37 km², o que corresponde a cerca de duas vezes o estado de Pernambuco, havia sido completada. O navio patrulha Grajaú e corveta Caboclo da Marinha do Brasil chegaram a área. As buscas prosseguiram durante a noite com as aeronaves brasileiras (três C-130 Hércules), um avião estadunidense (P-3 Orion) e um avião francês (Falcon 50).[44]

[editar]Dia 4

O brigadeiro Ramon Borges Cardoso fala sobre a operação em busca dos destroços do avião.
Em Recife com a dificuldade de encontrar sobreviventes do Airbus A330 da companhia aérea Air France, desaparecido desde a madrugada de segunda-feira (1º), a Força Aérea Brasileira (FAB) e o Comando da Marinha decidiram iniciar a coleta dos destroços localizados na área onde estão concentradas as buscas.
"Até ontem, a prioridade era localizar os corpos, mas, como não estamos encontrando, temos que recolher os destroços. Hoje já podemos colocar os dois trabalhos no mesmo nível de interesse", explicou em Recife, o diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), brigadeiro Ramon Borges Cardoso.
Ao relatar à imprensa o trabalho feito nesta madrugada, Cardoso afirmou que o avião militar R-99B, que rastreou a área provável em que o Airbus caiu, identificou novos pontos de destroços a sudoeste dos penedos de São Pedro e Paulo. Nenhum corpo foi avistado. Segundo o brigadeiro, apesar de o mar estar calmo, chove e há pouca visibilidade, o que dificulta as buscas. "A cada dia que passa fica mais difícil encontrar sobreviventes, mas continuamos com essa expectativa, trabalhando para possivelmente encontrá-los."
O almirante Edison Lawrence Mariath Dantas durante entrevista sobre as buscas.
Durante a madrugada, mais cinco aviões, sendo um norte-americano e um francês, decolaram de Natal com destino aos locais onde os destroços foram localizados. Em dois pontos foi confirmada a presença de material que o brigadeiro acredita ser da parte interna do Airbus. Com isso, a FAB e a Marinha decidiram enviar para os locais o navio patrulha Grajaú e a corveta Caboclo, que já estavam na região desde o dia anterior. A previsão é que as duas embarcações cheguem aos pontos indicados pelas aeronaves no início da tarde deste dia. Elas irão recolher todo o material que for encontrado boiando. Um helicóptero Black-Hawk partiu às 8h de Fernando de Noronha (PE) para confirmar a presença de destroços avistados a cerca de 100 quilômetros a nordeste do arquipélago. De acordo com Cardoso, a opção de enviar o helicóptero na missão de rastreamento se deve ao fato de ser pouco provável que o material rastreado pelo R-99B pertença à aeronave da Air France. Se for do avião, uma embarcação terá que se dirigir ao local a fim de resgatá-lo, porque o helicóptero não pode içar o material. Segundo o brigadeiro, não há data prevista para o término da operação. Todos os equipamentos e suprimentos de que as equipes que estão em Fernando de Noronha irão precisar foram transportados hoje para o arquipélago. Cerca de 150 pessoas participam das buscas.[45]
Foram identificados novos pontos de destroços à sudoeste dos penedos de São Pedro e São Paulo. O helicóptero H-60 Black Hawk começou a ser utilizado nas missões de busca. No total, onze aeronaves estão mobilizadas na Base Aérea de Natal e em Fernando de Noronha para o trabalho de busca.[46] A fragata Constituição chegou ao local onde estão sendo feitas as buscas. A embarcação completa o conjunto de três navios da Marinha que participam nas buscas. A fragata Constituição leva tripulação de aproximadamente 200 marinheiros, incluindo mergulhadores. [47] Novos destroços foram avistados a 550 km de Fernando de Noronha. De acordo com o planejado, a aeronave orientou a fragata Constituição, até o local para que o material pudesse ser recolhido. O helicóptero Lynx, embarcado na Fragata, resgatou por volta das 13h, um suporte utilizado para acomodação de cargas em aviões (pálete), de aproximadamente 2,5 m², e duas bóias.[48] Segundo o brigadeiro Ramon Cardoso, o palete e a mancha de óleo encontrados não pertencem ao AirBus 330, pois o AirBus não utilizava paletes de madeira e a quantidade de óleo encontrada era bem superior à que um AirBus necessita, pois utiliza apenas cerca de 20 litros de óleo nos motores.[49] O almirante Edison Lawrence Mariath Dantas, comandante do 3º Distrito Naval em Natal, disse em entrevista que as buscas prosseguem durante a noite.[49]

[editar]Dia 5

Parentes de passageiros do voo 447 chegam ao Cindacta 3.
Um grupo com treze parentes de algumas das pessoas que viajavam na voo 447 partiu da Base Aérea do Galeão por volta das 7h deste dia 5 em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para a sede do Cindacta 3, em Recife. O brigadeiro Ramon Borges Cardoso informou que o objetivo é esclarecer qualquer dúvida e também para que eles tomassem conhecimento das dificuldades do trabalho em uma busca no mar. Porém está descartada um sobrevoo na área de buscas pelos parentes.[50] Uma aeronave francesa Atlantique Rescue D passou a integrar o conjunto de aeronaves engajadas nos esforços de busca.[51]
Chega ao fim o quinto dia de buscas aos destroços do voo e o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), afirmou que nada de "relevante" foi encontrado ainda e também que com o passar do tempo aumentam as dificuldade de encontrar corpos e de localizar vestígios da aeronave. Mesmo assim, informou que não há prazo para o fim das operações de busca que, nos próximos dias, ganhará o reforço de mais três barcos brasileiros e três embarcações francesas. Novamente, durante a madrugada (próximo às 3h de amanhã) o avião R-99B decolará de Fernando de Noronha para dar continuidade ao rastreamento dos possíveis destroços.[52]
Air France anunciou, em uma nota divulgada durante a manhã, que o voo AF 447 passará a ser identificado como AF 445 a partir de domingo (7 de junho) e a alteração só valerá para o trajeto Rio-Paris. O trajeto Paris-Rio continuará ser identificado como AF 444.[53]
O governo francês anunciou que enviaria o submarino Émeraude para auxiliar nos trabalhos de resgate de destroços e eventuais corpos de vítimas do acidente. O submarino possui sonares que tentarão identificar emissões acústicas das caixas-pretas do avião, porém ele só deve chegar na região das buscas na próxima semana. Mais duas outras embarcações da Marinha francesa, o TCD Foudre(que estava na costa de Portugal) e a fragata Ventôse (que vem do Caribe) foram enviadas ao Brasil e devem chegar a região no fim de semana.[54]

[editar]Dia 6

Coronel Jorge Amaral, concede entrevista coletiva.
No início da manhã, o R-99B identificou uma série de pontos numa área localizada a cerca de 70 km a nordeste de onde o avião da Air France havia enviado a última mensagem. No início da tarde de 6 de junho, o coronel Jorge Amaral, da Aeronáutica, informou que dois corpos de homens foram localizados e recolhidos pela corveta Caboclo que auxilia nas buscas do avião.[55] A Aeronáutica e a Marinha também encontraram uma poltrona azul identificada com um número de série que pode ser do Airbus A 330, além de uma mochila com um cartão de vacinação e uma pasta de couro contendo uma passagem da Air France.[56] Também foram encontradas máscaras de oxigênio.
As informações disponíveis foram transmitidas aos parentes das vítimas antes de serem divulgadas à imprensa.[57]

[editar]Dia 7

Mais destroços foram localizados, incluindo uma parte metálica com inscrições da Air France. Poltronas com características das que são utilizadas pela Air France também foram resgatadas. Três corpos foram localizados e resgatados durante a madrugada, totalizando cinco corpos. Cinco navios da Marinha do Brasil e 14 aeronaves, 12 brasileiras e duas francesas, foram utilizados no resgate.[58][59] No início da noite, a Marinha e Aeronáutica anunciaram que 12 corpos foram resgatados, completando 17 ao todo já resgatados. Vários elementos estruturais da aeronave também foram resgatados. A fragata francesa Ventôse chegou a região e auxiliou no resgate. Ao todo, seis embarcações auxiliaram nas buscas em conjunto com 14 aeronaves.[60]
Segundo o capitão-de-fragata Giucemar Cardoso Tabosa, do Centro de Comunicação Social da Marinha, a fragata Constituição, que levava para Fernando de Noronha os dois corpos localizados em 6 de junho, retornou ao encontro da corveta Caboclo para reunir todos os corpos encontrados e levá-los de uma só vez. Quando a fragata atingir os 300 km de distância da ilha, os corpos serão transportados de helicópetero e lá serão preparados e encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Recife, que recebeu o reforço de oito policiais federais especialistas na identificação de corpos, e será responsável pela identificação dos corpos.[61][62]

[editar]Dia 8

Ao final da manhã, a Marinha e a Aeronáutica informaram que foram resgatados 16 e não 17 corpos, como anunciado no dia anterior. O motivo informado pelas autoridades, foi uma falha de comunicação com a fragata francesaVentôse. Também diferente do anunciado no dia anterior, foi informado que os 16 corpos já se encontravam na fragata Constituição. Os corpos estão sendo conservados nas câmeras frigoríficas do navio, com chegada prevista a Fernando de Noronha na manhã de terça (9 de junho).
O capitão Giucemar Tabosa, assessor de comunicação da Marinha, informou que a diferença do número de corpos foi constatada na transferência dos corpos da fragata francesa para a brasileira.[63] Após corrigirem esta informação, a Aeronáutica e a Marinha decidiram que não irão mais revelar à imprensa o número e o sexo dos corpos das vítimas resgatados até que estejam a bordo de navios militares brasileiros. A medida tem por objetivo evitar erros na divulgação das informações.[64]
O capitão Tabosa exibe imagem de satélite, com a localização dos destroços do Airbus.
Segundo informações dos oficiais envolvidos com as buscas mais de uma centena de destroços já foram localizados, mas a Aeronáutica só irá relacioná-los após uma identificação precisa. Esses destroços foram localizados na região a 440 quilômetros a nordeste do arquipélogo de São Pedro e São Paulo, em área que possui 3,5 mil metros de profundidade. Oito corpos de passageiros foram resgatados totalizando 24 corpos resgatados.[63][65]
Em entrevista à noite, o tenente-coronel Henry Munhoz, assessor de comunicação da Aeronáutica, reiterou que localizar a caixa-preta "não é uma prioridade" da operação brasileira, mas sim dos governos francês e estadunidense e que ações paralelas destes governos estão sendo conduzidas. O assessor também informou que o "objetivo na operação de busca e resgate é não deixar ninguém para trás", ou seja, o objetivo é resgatar os todos os 228 corpos.[65]

[editar]Dia 9

O tenente-coronel Henry Munhoz exibe fotografia que mostra o momento em que parte do Airbus A 330 é içada do mar.
Segundo a assessoria de comunicação da Aeronáutica e da Marinha mais quatro corpos foram resgatados no início da manhã pelafragata Bosísio e permaneceram no navio, assim como os retirados ontem do mar. Como a câmara frigorífica do navio tem capacidade para até 20 corpos, somente quando for atingido essa capacidade eles serão levados a Fernando de Noronha.[65] Mais 13 corpos foram resgatados, totalizando 41 vítimas. Dois rebocadores de alto-mar contratados pela França: o Fairmount Expeditione o Fairmount Glacier, que levarão a bordo 40 toneladas de equipamentos para auxílio às buscas dos destroços. Além disso, o submarino nuclear Émeraude, o navio de pesquisaPorquoi Pas e o navio anfíbio Mistral estão seguindo para a área das buscas.[66]
Os primeiros 16 corpos resgatados entre 6 de junho e a manhã de 8 de junho já estão em Fernando de Noronha onde os especialistas da Polícia Civil de Pernambuco e da Polícia Federal farão uma identificação prévia antes de serem enviado à Recife. Inicialmente a previsão era de que os corpos chegassem à ilha logo pela manhã, mas a chuva atrasando a decolagem dos helicópteros que buscariam os corpos na fragata.[67]
À noite, o brigadeiro Ramon Borges Cardoso informou que a Aeronáutica e a Marinha vão ampliar a área a ser vasculhada seguindo a direção das correntes marítimas registradas para o Norte e que as buscas entrarão na área de Dakar. As autoridades do Senegal foram contatadas e as embarcações e aeronaves militares brasileiras foram autorizadas a ingressar na área a fim de continuar as buscas. O brigadeiro informou também que todos os 41 corpos já resgatados estavam dentro das águas jurisdicionais brasileiras.[68]

[editar]Dia 10

Parte da fuselagem recolhida.
No início da tarde, em nota divulgada no Cindacta 3, o comando da Aeronáutica e da Marinha informou que não existem novas notícias sobre o resgate de corpos de vítimas. A nota informava ainda que os 16 corpos que estavam em Fernando de Noronha seriam levados à Base Aérea de Natal às 15h e de lá seriam encaminhados para o Instituto Médico Legal(IML) de Recife para identificação. Outra informação contida na nota é de que a fragata brasileira Bosísio, que transporta os demais 25 corpos, deve se aproximar amanhã (11 de junho) de Fernando de Noronha.[69]
submarino nuclear francês Émeraude chegou à área onde se concentram as buscas. A principal missão do submarino é tentar localizar a caixa-preta do Airbus, mas mesmo equipado com sonares potentes, a tarefa será difícil, já que mesmo após dez dias de buscas, ainda não se sabe ao certo o ponto exato em que o Airbus caiu. Outro fator de complicação são as correntes marítimas existentes na região que têm arrastado os destroços por quilômetros. Além disso, existem na área locais que podem atingir 5 mil metros profundidade. Também já estão na região o navio francês Mistral e o rebocador Fairmount Expedition, que foi autorizado pelas autoridades brasileiras a atracar em Natal, para receber os equipamentos que serão utilizados na busca às caixas-pretas. A coordenação dos trabalhos dessas embarcações será feito pelas autoridades brasileiras para que não atrapalhem o resgate dos corpos, que continua sendo prioritário nas operações.[70]
Ao décimo dia de buscas, os militares brasileiros não conseguiram localizar nenhum novo corpo. Segundo o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Decea, as condições meteorológicas pioraram ao longo do dia, forçando as aeronaves e embarcações brasileiras a se deslocarem para locais com melhor visibilidade, mas com menos chances de localização de novas vítimas.[70]Foi anunciado que a fragata Constituição, que transportou os primeiros 16 corpos, retornaria à área de buscas no dia seguinte. No próximo dia 19 de junho, o navio desembarque Rio de Janeiro, que tem capacidade para receber até 100 corpos em suas câmaras frigoríficas, se somará à frota na região. A embarcação estava em missão no Haiti, mas foi designada para se dirigir à Fortaleza, onde serão carregados doishelicópteros e mantimentos para a missão.[70]
Pela primeira vez desde o início das buscas, a Aeronáutica e a Marinha mencionaram um prazo para o fim das operações. Segundo o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, oficiais da Aeronáutica e da Marinha se reunirão no dia 12 de junho para avaliar a possibilidade de continuar os trabalhos além do dia 19 de junho, "Este prazo é um tempo no qual imaginamos que ainda haveria possibilidade de fazermos a coleta de corpos. Se antes desta data nós fizermos outra avaliação, esses prazo pode ser estendido", concluiu Cardoso.[71]

[editar]Dia 11

Avião Hércules C-130 da FAB com os corpos das 16 primeiras vítimas que foram transportados diretamente da Base Aérea para o IML, para identificação.
No início da madrugada o avião Hercules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou na Base Aérea de Natal com os 16 corpos que seguiram diretamente para o IML de Recife e os trabalhos de identificação já foram iniciados pelos peritos. Os responsáveis por este trabalho não estabeleceram prazo para a conclusão das identificações, mesmo porque, em alguns casos, a identificação só será possível por meio de exame de DNA, e, neste caso, o trabalho será feito no Instituto Nacional de Criminalística (INC), em Brasília.[72]
Pela manhã uma pequena parte dos destroços do Airbus chegaram a Natal.[73] São 37 peças que deverão ser encaminhadas de avião para o Recife.[74]
No início da noite o Comando da Marinha e o Comando da Aeronáutica informaram que mais 3 corpos foram resgatados, totalizando 44 vítimas ao todo. Os corpos já estão na fragata Constituição que deve chegar a Fernando de Noronha pela madrugada ou manhã de sábado (13 de junho). O comando da operações informou também que na manhã deste dia foi concluída a transferência dos 25 corpos da fragata Bosísio para Fernando de Noronha. Esses corpos passaram por perícias preliminares e serão transportados em duas etapas para Recife conforme o andamento dos trabalhos periciais. A primeira etapa deverá ser concluída na manhã do próximo sábado.[75][76]
Ainda segundo as informações do Comando, na transferência dos corpos, o helicóptero H-60 Blackhawk, da Força Aérea Brasileira, transportou 15 militares do Destacamento Aéreo Embarcado (DAE) da Marinha do Brasil para a fragata Bosísio, que passará a operar com um helicóptero AH-11A Lynx, na área de buscas. Por solicitação da Marinha francesa, continua a nota do comando da buscas, o Blackhawk também levou dois psicólogos franceses para a fragata Bosísio, que depois irão para a fragata Ventose.[76]
O tenente-brigadeiro Ramon Cardoso afirmou que as buscas às caixas-pretas estão sendo realizadas pela Marinha francesa, que não é obrigada a informar às autoridades brasileiras no caso de sucesso

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