Atentado 11 de setembro- Parte 1


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De cima para baixo: o World Trade Center queimando após o ataque; uma seção do Pentágono desaba; voo 175 se choca contra a Torre 2 do WTC; um bombeiro pedindo ajuda no Ground Zero; parte do voo 93 sendo recuperada; voo 77 se choca contra o Pentágono.
LocalNova IorqueNY
Condado de ArlingtonVA
ShanksvillePA
 Estados Unidos
Data11 de setembro de 2001(10 anos)
8h46min — 10h28min (UTC-5)
Mortes2.996 mortos (incluindo 19 terroristas)
Feridos>6.291
ResponsávelAl-Qaeda, planejado por Osama bin Laden
Número de participante(s)19

Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, chamados também de atentados de 11 de setembro de 2001, foram uma série de ataques suicidas coordenados pela Al-Qaeda aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001. Na manhã daquele dia, 19 terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais a jato de passageiros.[1][2] Os sequestradores intencionalmente bateram dois dos aviões contra as Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova Iorque, matando todos a bordo e muitos dos que trabalhavam nos edifícios. Ambos os prédios desmoronaram em duas horas, destruindo construções vizinhas e causando outros danos. O terceiro avião de passageiros caiu contra o Pentágono, em ArlingtonVirgínia, nos arredores de Washington, D.C. O quarto avião caiu em um campo próximo de Shanksville, na Pensilvânia, depois que alguns de seus passageiros e tripulantes tentaram retomar o controle do avião, que os sequestradores tinham reencaminhado para Washington, D.C. Não houve sobreviventes em qualquer um dos voos.
O total de mortos nos ataques foi de 2.996 pessoas, incluindo os 19 sequestradores.[3] A esmagadora maioria das vítimas era civil, incluindo cidadãos de mais de 70 países.[4]Além disso, há pelo menos um óbito secundário - uma pessoa foi descartada da contagem por um médico legista, pois teria morrido por doença pulmonar devido à exposição à poeira do colapso do World Trade Center.[5]
Os Estados Unidos responderam aos ataques com o lançamento da Guerra ao Terror: o país invadiu o Afeganistão para derrubar o Taliban, que abrigou os terroristas da Al-Qaeda (ver: Guerra do Afeganistão). Os Estados Unidos também aprovaram o USA PATRIOT Act. Muitos outros países também reforçaram a sua legislação antiterrorismo e ampliaram os poderes de aplicação da lei. Algumas bolsas de valores estadunidenses ficaram fechadas no resto da semana seguinte ao ataque e registraram enormes prejuízos ao reabrir, especialmente nas indústrias aérea e de seguro. O desaparecimento de bilhões de dólares em escritórios destruídos causaram sérios danos à economia de Lower ManhattanNova Iorque.
Os danos no Pentágono foram reparados em um ano, e o Memorial do Pentágono foi construído ao lado do prédio. O processo de reconstrução foi iniciado no local do World Trade Center. Em 2006, uma nova torre de escritórios foi concluída no local, a 7 World Trade Center. A torre 1 World Trade Center está em construção no local e, com 541metros de altura após sua conclusão, em 2013, se tornará um dos edifícios mais altos da América do Norte. Mais três torres foram inicialmente previstas para serem construídas entre 2007 e 2012 no local das antigas Torres Gêmeas. O Memorial Nacional do Voo 93 começou a ser construído 8 de novembro de 2009 e a primeira fase de construção foi concluída no 10º aniversário dos atentados de 11 de setembro, em 2011.[6]

Índice

  [mostrar

[editar]Ataques

Colisão do voo 175 da United Airlinescontra a torre sul do WTC.
Na manhã do dia 11 de setembro de 2001 dezenove sequestradores assumiram o controle de quatro aviões comerciais em rota para São Francisco e Los Angeles partindo deBostonNewark e Washington, D.C. (Aeroporto Internacional Washington Dulles).[1] Às 08:46, o Voo 11 da American Airlines atingiu a Torre Norte do World Trade Center, seguido pelo Voo 175 da United Airlines que atingiu a Torre Sul às 09h03.[7][8]
Outro grupo de sequestradores do Voo 77 da American Airlines atingiu o Pentágono às 9:37. Um quarto voo, o Voo 93 da United Airlines caiu em uma área rural perto deShanksvillePensilvânia às 10:03, depois de os passageiros terem tentado retomar o controle do avião dos sequestradores. Acredita-se que a meta final dos sequestradores seria o Capitólio (sede do Congresso dos Estados Unidos) ou a Casa Branca.[9][10]
Em setembro de 2002, em uma entrevista realizada para o documentarista Yosri Fouda, um jornalista da Al JazeeraKhalid Sheikh Mohammed, junto a Ramzi Binalshibh afirmaram que o quarto avião sequestrado estava se dirigindo para Capitólio dos Estados Unidos e não para a Casa Branca. Eles ainda afirmaram que a Al-Qaeda inicialmente tinha planejado fazer com que os aviões sequestrados atingissem instalações nucleares em vez das torres do World Trade Center e do Pentágono, mas foi decidido não atacar as centrais nucleares "para o momento" por causa de temores de que os ataques poderiam "sair da controle".[11]
Durante o sequestro dos aviões, os terroristas usaram armas para esfaquear e matar os pilotos das aeronaves, os comissários de voo e os passageiros. Relatórios feitos com as chamadas telefônicas vindas dos avião indicaram que as facas foram usadas pelos sequestradores para ferir atendentes e, em ao menos um caso, em um passageiro, durante dois dos sequestros.[12][13] Alguns passageiros foram capazes de fazer ligações, usando o serviço de telefone da cabine e celulares,[14][15] e fornecer detalhes, inclusive de que vários dos sequestradores que estavam a bordo de cada avião tinham usado sprays químicos contra a tripulação, como gás lacrimogêneo ou spray de pimenta, e que algumas pessoas a bordo tinha sido esfaqueadas.[16][17][18][19]
As trajetórias de voo dos quatro aviões sequestrados usados ​​nos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Pentagon Security Camera 1.ogv
Vídeo de uma câmera de segurança doVoo 77 colidindo contra o Pentágono.
Comissão do 11/09 estabeleceu que dois dos sequestradores tinham recentemente comprado ferramentas manuais multi-funções da marcaLeatherman.[20] Uma aeromoça do voo 11, um passageiro do voo 175 e os passageiros do voo 93 mencionaram que os sequestradores tinham bombas, mas um dos passageiros também mencionou que ele achava que as bombas eram falsas. Nenhum vestígio de explosivos foram encontrados nos locais dos incidentes e a Comissão do 11/09 concluiu que as bombas eram provavelmente falsas.[12]
No Voo 93 da United Airlines as gravações da caixa preta revelaram que a tripulação e os passageiros tentaram assumir o controle do avião dos sequestradores depois de ficarem sabendo, através de chamadas telefônicas, que outros aviões sequestrados foram jogados contra edifícios na manhã daquele dia.[21] De acordo com a transcrição das gravações do voo 93, um dos sequestradores deu a ordem para alterar a rota do avião, uma vez que tinha ficado evidente que eles iriam perder o controle do avião para os passageiros.[22] Logo depois a aeronave caiu em um campo perto de Shanksville, em Stonycreek TownshipCondado de SomersetPennsylvania, às 10:03:11, hora local (14:03:11UTC). Khalid Sheikh Mohammed, o organizador dos atentados, mencionou em uma entrevista de 2002 com Yosri Fouda que o alvo do Voo 93 era o Capitólio dos Estados Unidos, que foi dado o nome de código "da Faculdade de Direito".[23]
Três dos prédios do Complexo do World Trade Center desmoronaram devido a uma falha estrutural, no dia do ataque.[24] A Torre Sul (WTC 2) caiu às 9h59, após queimar por 56 minutos em um incêndio causado pelo impacto de Voo 175 da United Airlines.[24] A Torre Norte (WTC 1) desmoronou às 10:28, após queimar por aproximadamente 102 minutos.[24] Quando a Torre Norte desabou, os escombros caíram próximo à 7 World Trade Center (WTC 7), danificando o edifício e iniciando um incêndio. Estes incêndios queimaram durante horas e comprometeram a integridade estrutural do edifício, levando-o ao colapso total às 17:21.[25][26]
Os ataques criaram confusão generalizada entre as organizações de notícias e os controladores de tráfego aéreo nos Estados Unidos. Todo o tráfego aéreo civil internacional foi proibido de desembarcar em solo estadunidense por três dias.[27] As aeronaves já em voo ou foram afastadas ou desviadas para aeroportos no Canadá ou no México. Fontes de notícias e relatórios não confirmados, muitas vezes contraditórios, foram divulgados ao longo do dia. Um dos mais prevalentes destes relatou que um carro-bomba iria ser detonado na sede do Departamento de Estado dos Estados Unidos, em Washington, D.C.[28] Logo após a divulgação pela primeira vez sobre o incidente no Pentágono, alguns meios de comunicação também informaram brevemente que um incêndio tinha eclodido no National Mall.[29] Outro relatório saiu na Associated Press, informando que também o Voo 1989 da Delta Air Lineshavia sido sequestrado. Este relatório também revelou-se falso; acreditou-se por momentos que também este voo corria risco de sequestro, mas seu comando respondeu aos controladores, e pousou em segurança em ClevelandOhio.[30]

[editar]Vítimas

Mortes (excluindo os sequestradores)
Nova IorqueWorld Trade Center2.606[31][32]
American 1187[33]
United 17560[34]
ArlingtonPentágono125[35]
American 7759[36]
ShanksvilleUnited 9340[37]
Total2.977
Houve um total de 2.996 mortes, incluindo os 19 sequestradores e as 2.977 vítimas.[38] As vítimas foram distribuídas da seguinte forma: 246 nos quatro aviões (onde não houve sobreviventes), 2606 na cidade de Nova Iorque e 125 no Pentágono.[39][40] Todas as mortes ocorridas foram de civis, exceto por 55 militares atingidos no Pentágono.[41]
Mais de noventa países perderam cidadãos nos ataques ao World Trade Center.[42] Em 2007, o escritório examinador médico da cidade de Nova Iorque divulgou o número oficial de mortos do 11 de Setembro, adicionando a morte de Felicia Dunn-Jones. Dunn-Jones faleceu cinco meses depois do 11/09 devido a uma doença pulmonar que foi ligada à exposição à poeira durante o colapso do World Trade Center.[43] Heyward Leon, que morreu de linfoma em 2008, foi adicionado ao número oficial de mortes em 2009.[44]
NIST estimou que cerca de 17.400 civis estavam no complexo do World Trade Center no momento dos ataques, enquanto as contas da Autoridade Portuária de Nova Iorque sugerem que 14.154 pessoas estavam nas Torres Gêmeas às 08h45min.[45][46] A grande maioria das pessoas abaixo da zona de impacto evacuaram os edifícios com segurança, junto com 18 pessoas que estavam na zona de impacto na torre sul, e um número de pessoas que estava acima da zona de impacto que, evidentemente, usaram a escadaria intacta na Torre Sul.[47] Pelo menos 1.366 pessoas morreram, pois estavam no andar do impacto da Torre Norte ou em andares superiores, e pelo menos 618 na Torre Sul, onde a evacuação tinha começado antes do segundo impacto.[48] Assim, mais de 90% dos trabalhadores e visitantes, que morreram nas Torres encontravam-se no andar do impacto ou nos andares superiores.
De acordo com o relatório da Comissão centenas foram mortos instantaneamente com o impacto, enquanto os demais ficaram presos e morreram após o colapso da torre.[49] Pelo menos 200 pessoas pularam dos edifícios para a morte (como mostrado na foto "The Falling Man"), caindo nas ruas e telhados de edifícios adjacentes, centenas de metros abaixo.[50] Alguns dos ocupantes de cada torre, e que estavam acima do ponto de impacto, subiram em direção ao teto, na esperança de um resgate por helicóptero, mas as portas de acesso ao telhado estavam bloqueadas. Não existia qualquer plano de resgate de helicóptero e, em 11 de setembro, a fumaça e calor intenso teria impedido tais aeronaves de realizarem salvamentos.[51]
Ground Zero em 13 de setembro de 2001, a pluma de fumaça dos escombros durou mais de um mês após os ataques.
Os restos do 6 World Trade Center,7 World Trade Center e 1 World Trade Center dias após os ataques.
Um total de 411 trabalhadores de emergência que responderam aos chamados de socorro morreram quando tentavam resgatar as pessoas e apagar os incêndios. O New York City Fire Department (FDNY) perdeu 341 bombeiros e dois paramédicos.[52] O New York City Police Department perdeu 23 funcionários.[53] A Port Authority Police Department perdeu 37 oficiais,[54] e 8 EMTs adicionais e paramédicos de unidades privadas de serviços de emergência foram mortos.[55][56]
Cantor Fitzgerald L.P., um banco de investimento nos pisos 101a-105a da One World Trade Center, perdeu 658 funcionários, muito mais do que qualquer outro empregador.[57] A Marsh Inc., localizada imediatamente abaixo do Cantor Fitzgerald nos pisos 93-101 (o local de impacto do voo 11) perdeu 355 funcionários, e 175 funcionários da Aon Corporation foram mortos.[58] Depois de Nova YorkNew Jersey foi o estado mais atingido, com a cidade de Hoboken ostentando a maioria das mortes.[59]
Semanas após o ataque, o número de vidas perdidas foi estimado em mais de seis mil.[60] A cidade de Nova Iorque só foi capaz de identificar os restos de cerca de 1.600 das vítimas no World Trade Center. O escritório legista também recolheu cerca de dez mil ossos não identificados e fragmentos de tecidos humanos que não podem ser combinados para a lista de mortos".[61] Fragmentos de ossos ainda estavam sendo encontrados em 2006, quando os trabalhadores estavam se preparando para demolir o danificado Deutsche Bank Building. Essa operação foi concluída em 2007. Em 2 de abril de 2010 uma equipe de especialistas em antropologia e arqueologia começou a procurar por restos humanos, artefatos humanos e objetos pessoais no aterro sanitário de Fresh Kills, em Staten Island. A operação foi concluída em junho de 2010, com 72 restos humanos encontrados, elevando o total de restos humanos encontrados para 1845. As identidades de 1629 das 2753 vítimas[62] foram identificadas. Os perfis de DNA, na tentativa de identificar as vítimas adicionais, são permanentes.[63]

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